O Governo vai propor aos sindicatos da função pública aumentos salariais de 2,9% para 2009, um valor que fica acima da taxa de inflação prevista (2,5%), mas que não é suficiente para repor o poder de compra perdido este ano (em que os aumentos foram de 2,1% e a inflação deverá ser de 2,9%).
Mas, segundo o ministro de Estado e das Finanças, o valor proposto, que mereceu já a contestação das estruturas sindicais, «não tem a preocupação de corrigir seja o que for».
Recorde-se que os sindicatos pediam actualizações entre os 3,5 e os 5%, além de outra actualização de 0,9% para compensar a perda de poder de compra este ano.
O ministro explica porque se decidiu por este valor: «Houve a preocupação, face à inflação esperada, de assegurar uma melhoria em termos reais, e de garantir a capacidade financeira de acomodar os encargos adicionais com os aumentos no Orçamento do Estado». Mas não houve, garante, «qualquer preocupação de corrigir seja o que for».
Ou seja, o valor não se destina a compensar a perda do poder de compra, decorrente do diferencial entre a taxa de inflação prevista e a que efectivamente se verifica este ano.
De resto, esclareceu, com este aumento, fica cumprido o compromisso assumido pelo Governo na actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), de um aumento médio de 2% ao ano.
OE2009: «Aumentos de 2,9% não procuram corrigir nada»
- Paula Martins
- 15 out 2008, 12:56
Ministro diz que com esta subida, meta de média de 2% ao ano inscrita no PEC fica cumprida
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