«Os deputados do PCP no Parlamento Europeu responsabilizam a União Europeia e a sua criminosa política de imigração por mais esta tragédia, a maior envolvendo imigrantes no Mediterrâneo.»
Segundo os deputados, estas tragédias «que já vitimaram dezenas de milhares de seres humanos nos últimos anos, são inseparáveis das políticas de guerra, ingerência e de domínio económico que as principais potências da UE e da NATO desencadeiam no continente africano e no Médio Oriente».
No entender dos comunistas portugueses, estas políticas provocaram «gigantescas ondas de refugiados de guerra e um êxodo em massa que foge da fome e da pobreza extrema».
O PCP diz que a resposta da União Europeia e de vários governos a esta tragédia foi «cínica» e escamoteou «as reais razões da imigração em massa do continente africano», que «radicam no próprio funcionamento do sistema capitalista».
O partido diz que Bruxelas quer «aprofundar uma visão instrumental e securitária da imigração no quadro da chamada política europeia de vizinhança» e que se está a expor à extrema-direita.
«Contribuindo objetivamente para o aprofundamento do problema, [estas políticas] abrem simultaneamente o campo às forças xenófobas, racistas e de extrema-direita.»
No fim de semana passado, cerca de 800 imigrantes morreram em naufrágios de embarcações que largaram da Líbia com destino a Itália.
Nos dias anteriores, 400 pessoas morreram na terça-feira, 14 de abril, e 50 na sexta-feira, além de números mais baixos registados quase diariamente.
De acordo com a Organização Internacional de Migrações (OIM), entre 1 de janeiro e 21 de abril do ano passado registaram-se 56 mortes de imigrantes no Mediterrâneo, enquanto este ano o número é 30 vezes superior .