Wikileaks: PCP acusa Governo de «faltar à verdade»

O PCP acusou esta quinta-feira o Governo de «faltar à verdade» ao Parlamento sobre a transferência de prisioneiros de Guantánamo e lembrou que o ministro dos Negócios Estrangeiros disse que se demitiria se o contrário se provasse. A posição foi assumida, pelo deputado comunista António Filipe em declarações aos jornalistas no Parlamento, notícia a Lusa.

Reagindo às informações divulgadas e às declarações feitas esta quinta-feira sobre a utilização do espaço aéreo português para transferência de prisioneiros de Guantánamo, o deputado do PCP alegou que agora «o Governo é obrigado a reconhecer aquilo que negava peremptoriamente antes» e «já não nega tudo».

Na mesma linha, o Partido Ecologista os Verdes (PEV) afirmou que «continua a nebulosa» em torno dos voos da CIA, considerando que as declarações desta quinta-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, «em nada eliminam a possibilidade» de se terem mesmo realizado.

Em comunicado citado pela Lusa, o PEV considerou que «a nebulosa continua à volta dos voos da CIA e do que estes implicam em termos de violação dos direitos humanos».

O PEV considerou que o ministro Luís Amado «assumiu» que o Governo tem «fragilidades no controlo do espaço aéreo português», o que classificou como «preocupante e inadmissível».

A edição desta quinta-feira jornal espanhol «El País» cita telegramas diplomáticos divulgados pelo portal Wikileaks, segundo os quais o primeiro-ministro, José Sócrates e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, autorizaram que voos de repatriamento de prisioneiros de Guantánamo sobrevoassem o espaço aéreo português ou fizessem escala nas Lajes, nos Açores. A informação já foi negada oficialmente pelo gabinete de José Sócrates e pelo ministro Luís Amado.