PS dividido no apoio a Manuel Alegre

O Partido Socialista continua às voltas com as presidenciais. Está literalmente partido entre os apoiantes de Manuel Alegre e os que não apoiam Alegre.

A eurodeputada Edite Estrela defende que o PS deve apoiar o histórico e polémico socialista, «tendo em conta as candidaturas que estão no terreno». Maria de Belém Roseira, deputada e ex-ministra da saúde, considera que essa tomada de posição será «o normal», desvalorizando o apoio do BE ao candidato.

O Secretariado Nacional do PS reúne-se esta segunda-feira e o tema Presidenciais parece incontornável. Edite Estrela afirma que a candidatura de Manuel Alegre deverá ser discutida, tendo em conta que «faz parte da actualidade política».

Se dependesse só de Vitalino Canas, o tema não iria para cima da mesa. «Acho que não é ainda o tempo oportuno, não é o tempo próprio para discutir a temática do posicionamento do PS nas presidenciais», a bem das relações com Cavaco Silva.

O socialista e membro do Secretariado explica, à agência Lusa, que «num sistema semi-presidencial como o nosso tem de haver um convívio e uma relação institucional e equilibrada entre o Presidente da República e o Governo. O Governo -e o Partido Socialista- não pretenderá nem necessitará entrar numa campanha eleitoral excessivamente cedo contra o actual presidente, portanto creio que o nosso timing deverá ter isso em conta».

Vítor Ramalho, líder do PS-Setúbal, avança mesmo com datas. «No passado, as candidaturas do partido Socialista foram sempre definidas no mês de Julho ou Agosto. O Mário Soares, nas últimas presidenciais, apresentou-se no dia 30 de Agosto e o Manuel Alegre depois disso, no final de Setembro».

Para Ramalho, o que importa agora é a crise. «O país está de tal maneira com problemas neste momento, e a Europa também, que os cidadãos sentem que o mais importante não é as presidenciais».

Desculpas de bom pagador dirão, com certeza, os apoiantes de Manuel Alegre, que apresentou a sua candidatura à presidência da República no dia 4 de Maio. Vitalino Canas e Vítor Ramalho já expressaram publicamente a oposição a Alegre.