Logo a seguir, baterias apontadas à queda do Executivo de Passos Coelho: «Este é o primeiro dia dos últimos dias do atual Governo», atirou o vencedor das inéditas eleições primárias do PS. « Saímos daqui mobilizados e unidos e concentrados no nosso dever de sermos a oposição que este Governo merece. E a alternativa que Portugal precisa e merece e vencer nas próximas eleições legislativas de 2015».
O discurso foi de otimismo e esperança. Para o atual presidente da câmara de Lisboa, «hoje iniciamos uma nova e decisiva etapa, os partidos não existem por si nem só (...) esta é a vontade nacional de o PS reacender a esperança e ser a energia motivadora, para agregar uma nova maioria que devolva aos portugueses confiança no futuro Portugal»
A única referência que fez ao seu adversário António José Seguro, que entretanto já apresentou, como tinha prometido, a demissão de secretário-geral do PS, foi que estas eleições primárias « não foram a derrota de ninguém, mas a vitória de todos os militantes e simpatizantes do partido socialista».
António Costa não quis personalizar a vitória na sua pessoa, mas sim no partido onde milita desde adolescente: « Estas eleições primárias só têm um vencedor, o PS, na pluralidade de todos os seus militantes e simpatizantes».
Prometeu estar à altura : «A primeira palavra é para saudar calorosamente, garantindo aos militantes e simpatizantes que tudo farei para estar à altura da vossa confiança. Assumo este mandato com a emoção e pleno espírito de responsabilidade e o mesmo espírito de serviço com que milito desde os 14 anos na JS e no PS». Nesse momento, arrancou ovações da Juventude Socialista.
Antes, no início do discurso, agradeceu a todos, simpatizantes, militantes e organizadores da campanha Mobilizar Portugal, para dizer que se cumpre hoje «a primeira etapa deste grande movimento para mobilizar Portugal». Costa destacou a «notável mobilização em todo o país e nas comunidades portuguesas no mundo» nestas eleições, dizendo que os cidadãos «se fizeram ouvir de forma clara e inequívoca a sua voz, uma voz de clara mudança para Portugal».
Ficará para a história, segundo o vencedor destas primárias, a «importante manifestação da vitalidade do Partido Socialista, da força dos seus valores e do reencontro com a sua identidade e abertura à participação dos cidadãos», enumerou.
Uma palavra também à forma como decorreu o processo eleitoral: «Julgo poder falar em nome de todos os socialistas, felicitando o Jorge Coelho e comissão eleitoral pela organização impecável destas eleições num contexto tão desfavorável».
António Costa quis agradecer ainda, «muito especialmente», à mulher e aos dois filhos. Visivelmente emocionado, atirou um beijo para a plateia, onde a família se encontrava.
As palavras finais foram de reforço da união do partido socialista e apontaram para o futuro: «Hoje provámos que valeu a pena mobilizar os militantes do PS, mobilizar os simpatizantes e hoje partimos daqui para ir ao encontro de todos os portugueses, em conjunto, para devolver a Portugal confiança no seu futuro! Viva Portugal!», gritou, sendo acompanhado por «Viva! Viva» dos apoiantes. «Viva Portugal!», rematou.