Chumbo do OE: «Não me passa pela cabeça», diz Cavaco

O Presidente da República, Cavaco Silva, mostrou-se este domingo «confiante» de que será possível alcançar na Assembleia da República um compromisso entre o Governo e os partidos que leve à aprovação do Orçamento de Estado (OE) «no devido tempo». O Presidente assumiu mesmo que o chumbo «não lhe passa pela cabeça».

Em declarações aos jornalistas em Sernancelhe, Cavaco Silva disse que a não aprovação do OE não lhe «passa pela cabeça».

«De acordo com a informação que tenho, não vejo razão para que não se alcance um compromisso. A aprovação de um orçamento envolve sempre uma negociação e eu já invoquei a minha própria experiência», afirmou, lembrando que teve de «negociar um orçamento com vários partidos políticos na Assembleia da República quando presidia a um Governo minoritário».

O Presidente da República frisou que «é preciso fazer um esforço de diálogo, de negociação, para atingir o compromisso».

«O compromisso é um resultado final e há sempre um ponto de partida que é a negociação, o diálogo, e por isso vamos todos acreditar que haverá vontade de todos os partidos políticos», acrescentou.

Cavaco Silva lembrou que na Assembleia da República têm assento cinco partidos políticos e que o diálogo deve ser com todos eles, uma vez que todos terão «um contributo a dar». «Talvez seja esta a razão porque eu estou, de alguma forma, confiante de que a estabilidade política se vai manter em Portugal», sublinhou.

Escusou-se a comentar especificamente declarações de líderes partidários, por entender que «o Presidente da República deve estar acima dos partidos, ser totalmente isento e imparcial» em relação a eles, como considera que tem sido.

«Na situação em que o país se encontra precisamos de serenidade, ponderação, realismo e eu espero bem que este espírito prevaleça na vida política portuguesa», acrescentou.