PCP acusa Governo de seguir «estratégia de destruição» das Forças Armadas - TVI

PCP acusa Governo de seguir «estratégia de destruição» das Forças Armadas

Rui Fernandes, do PCP

Comunistas criticam corte de 218 milhões de euros a partir de 2014

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O PCP acusou esta segunda-feira o Governo de prosseguir uma «estratégia de destruição, desmantelamento e de corte» nas Forças Armadas, afirmando entender os «motivos de descontentamento» na instituição militar.

«O Governo não tem nenhuma estratégia de reestruturação e redimensionamento, nem uma conceção doutrinária própria, ou melhor, tem a estratégia da destruição, do desmantelamento e do corte até chegar, pelo menos, aos 218 milhões de euros», acusou Rui Fernandes, da Comissão Política do PCP, de acordo com a Lusa.

O dirigente comunista falava em conferência de imprensa na sede do PCP, Lisboa, sobre a «situação nas Forças Armadas». Rui Fernandes referia-se ao anúncio feito pelo ministro da Defesa Nacional, Aguiar-Branco, de que o Governo irá cortar 218 milhões de euros nas FA a partir de 2014, na sequência da reestruturação do setor.

Rui Fernandes assinalou que todos os «macro indicadores das Forças Armadas apontam para a redução da sua capacidade operacional, consequência dos cortes orçamentais que põem em causa a manutenção dos meios, a qualificação, o treino e a formação do pessoal».

Confrontados com a «violação dos seus direitos» e com «novos atentados ao Estatuto da Condição Militar», os militares têm «motivos de descontentamento e preocupação» quanto ao seu futuro e da instituição, assinalou Rui Fernandes, afirmando que o PCP entende as razões do descontentamento.

Exemplo do descontentamento são as «mais diversas tomadas de posição e iniciativas como as que se verificaram na passada sexta-feira», afirmou, referindo-se ao jantar de oficiais-generais e almirantes na reserva e na reforma, impulsionado pelo general Loureiro dos Santos.

Para o PCP, é tempo de o Governo remeter todo o processo à matriz de onde nunca devia ter saído: a matriz do interesse nacional e não da 'troika'.

Rui Fernandes defendeu que a reestruturação das FA não deve ser feita a partir de «estruturas exteriores, 'pro bono'» e sim a partir de uma análise envolvendo os organismos e direções-gerais da instituição militar.

Só uma análise das «necessidades e potencialidade» das FA envolvendo a própria instituição é que permitirá definir «o que é possível reduzir, concentrar, fundir e diminuir», defendeu, criticando a «estrita ótica do corte».
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