PSD defende Governo «de maioria alargada» - TVI

PSD defende Governo «de maioria alargada»

Passos Coelho diz que «da clarificação desta crise pode sair um futuro Governo mais forte, mais respeitado do que este»

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O PSD enviou esta segunda-feira um comunicado em inglês à agência Reuters a dizer que um novo Governo «de maioria alargada» aumentaria a legitimidade política para impor medidas de austeridade.

O líder do PSD já tinha dito esta segunda-feira, em Alcobaça, estar convencido que «da clarificação desta crise pode sair um futuro Governo mais forte do que este, com mais autoridade, mais respeitado e mais respeitador de Portugal e dos portugueses».

«O pior que podia acontecer a Portugal era ficar com um Governo que está desacreditado e descredibilizado, que empenha a palavra do país lá fora sem o poder fazer e que depois faz chantagem sobre toda a gente cá dentro», afirmou.

Entretanto, o PSD emitiu um comunicado em inglês, enviado à «Reuters» e ao jornal «Diário Económico» onde explica as razões para chumbar o PEC 4 (Programa de Estabilidade e Crescimento) e defende que um novo Governo «de maioria alargada» aumentaria a legitimidade política para impor mais medidas de austeridade.

Pedro Passos Coelho considera que a implementação de um programa mais duro seria mais eficaz se contasse com o apoio dos partidos políticos e dos parceiros sociais.

Nesta mensagem claramente dirigida aos mercados, o PSD acrescenta que não pode estar ao lado de medidas que impõem sacrifícios aos membros mais vulneráveis da sociedade, mas reafirma o apoio inabalável a reformas estruturais, à consolidação orçamental, à redução da divida pública e ao crescimento económico.

Esta segunda-feira Passos Coelho já tinha garantido que «o PSD não deixará o país ficar numa situação pantanosa». Um dos parceiros possíveis desta «maioria alargada» é o CDS, que já disse que não participa «no ruído entre o PS e o PSD», e já no domingo tinha afirmado que se for Governo «é porque o povo português quer». Outra hipótese é uma coligação com o PS, fazendo um Governo de bloco central.

Marcelo Rebelo de Sousa tinha sugerido uma solução à irlandesa, em que o PSD aprovava o PEC e Sócrates comprometia-se a provocar eleições.

«Crise política é também crise moral»



Pedro Passos Coelho, considera que a actual crise política é também uma crise moral, referindo-se à carta endereçada pelo Governo às instâncias europeias sobre a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento.

«No mesmo dia em que o Governo ultimava o documento e preparava a carta que ia assinar para dizer à Comissão Europeia e ao Banco Central Europeu que aquelas medidas tinham sido vistas com um grupo de missão europeu iriam servir de reforço para garantir os objectivos do défice, o primeiro-ministro fazia o seu discurso no Parlamento, na discussão de uma moção de censura apresentada pelo Bloco de Esquerda, garantindo solenemente ao país que não seriam precisas mais medidas de austeridade», disse Pedro Passos Coelho.

Para o líder do PSD, «assim, isto não é uma crise política, isto é uma crise moral também, adensada por parte de pessoas que exercem os seus lugares sem protegerem o Estado das suas opiniões partidárias».

Pedro Passos Coelho acusou o PS de tratar o país «como se fosse seu, sem dar explicações a ninguém», defendendo ser «muito importante que quem esteja no Governo» possa dar um exemplo «de respeito e de parceria».

Para Pedro Passos Coelho, o Governo comporta-se «de uma forma absolutamente partidarizada», utilizando os meios públicos e coloca secretários de Estado e ministros a fazer campanha eleitoral.
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