Teixeira Pinto negoceia apoio do Sabadell - TVI

Teixeira Pinto negoceia apoio do Sabadell

BCP:Assembleia-Geral adiada para 27 de Agosto

A cinco dias da AG do BCP a contagem de votos e espingardas intensificou-se do lado de Paulo Teixeira Pinto.

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Segundo fontes próximas do presidente do Conselho de Administração do banco, se a reunião fosse hoje, seria forte a probabilidade de ser aprovado o alargamento do Conselho Geral e de Supervisão, avança a edição do «Diário Económico».

Este alargamento (de onze pessoas para 24) teria como principal consequência o esvaziamento do poder de Jardim Gonçalves no órgão que fiscaliza os actos de Paulo Teixeira Pinto. Os estatutos do BCP atribuem ao presidente do Conselho Geral e de Supervisão, entre várias faculdades, a capacidade de assistir às reuniões do Conselho de Administração. Ou seja, permitem a Jardim manter a mão e algum controlo em toda a gestão do banco.

Para conseguir a maioria dos votos na assembleia quanto a este ponto (o sétimo da ordem de trabalhos), as mesmas fontes indicam que Teixeira Pinto está a negociar o apoio com vários accionistas e que estes contactos desenvolvidos nos últimos dias ¿ alguns deles ontem mesmo ¿ já poderão ter dado frutos. Como? Garantido o apoio de 34,8% dos votos, deixando para Jardim Gonçalves 32,9%. Ou seja, a maioria dos accionistas que irá à AG estaria, agora, do lado de Paulo Teixeira Pinto quanto ao ponto 7. Neste grupo, encontram-se os fiéis de sempre ¿ Joe Berardo, Manuel Fino, Sonangol, Fortis, Moniz da Maia e Pereira Coutinho ¿ mas também a EDP, presidida por António Mexia, que manteria, neste cenário, a intenção de votar a favor do alargamento. Surpreendentemente, também o Banco Sabadell estaria agora neste lote de teixeiristas. Ora, aqui recomeça a guerra de informação.

Segundo fontes próximas de Teixeira Pinto, o Sabadell estará mesmo disponível para mudar os seus 4,5% de acções para o lado contrário a Jardim Gonçalves. Os contactos entre o banco espanhol e Teixeira Pinto, de acordo com a mesma fonte, estarão avançados, apesar de não estarem ainda concluídos. Sobre a mesa, estará a redacção do ponto da ordem de trabalhos que dará corpo, na assembleia, ao texto para alargamento do Conselho Geral. A forma como será redigido esse ponto é considerado determinante pelo Sabadell para desertar do lado de Jardim Gonçalves e para dar um empurrão que poderá revelar-se determinante para o desfecho da votação.

Do lado de Jardim Gonçalves a tese é desacreditada e posta em causa. Segundo estas fontes, as contas de Teixeira Pinto estão erradas. Erradas porque são genericamente incorrectas e pouco precisas e, mais importante, porque dão como certo o apoio do Sabadell ¿ apoio esse que, nesta altura, é tudo menos garantido.

De acordo com esta fonte, existe um pacto de honra entre o presidente do Sabadell, Josep Oliu, e Jardim Gonçalves, pacto esse que garante a Jardim o apoio dos espanhóis na assembleia geral de segunda-feira e noutras circunstâncias. No entanto, a mesma fonte admite que não pode garantir que o Sabadel votará mesmo ao lado de Jardim. Vale a pena recordar que o banco não esteve nem se fez representar na AG de 6 de Agosto, apesar de, desta vez, já ter dado os passos institucionais para que, agora, isso aconteça.

Segundo fontes próximas de Teixeira Pinto, a flexibilidade do presidente do Conselho de Administração do banco para discutir os vários cenários está a ser bem recebida pelos accionistas. Fonte próxima de Jardim relativiza este argumento e sublinha que, até agora, o fundador do banco continua tranquilamente à espera da AG, visto não ter mudado nada de realmente substantivo nos últimos dias.

O que não mudou foi a posição da Caixa Geral de Depósitos. Apesar da vontade em ajudar a resolver o diferendo, procurando o consenso entre os accionistas, não é claro como o banco de capitais públicos votará, designadamente se apoiará ou não o alargamento do Conselho Superior. Também se desconhece qual será a posição de João Rendeiro (BPP). Apesar de Rendeiro ter sido um dos mais entusiastas apoiantes de Teixeira Pinto, verbalizando esse apoio publicamente em várias ocasiões, hoje é menos claro o que fará: tanto pode votar contra, como a favor.
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