Constâncio nega falta de concorrência na banca portuguesa

«Em geral, as condições de concorrência existem no sector», comentou o responsável, que se encontrava na conferência anual da Associação Europeia para a História Financeira e bancária, organizada este ano pela CGD.

Confrontado com as afirmações de Abel Mateus, presidente da Autoridade da Concorrência (AdC) sobre a abertura do sector da banca ao estrangeiro, por parte de muitos países. Constâncio respondeu que Portugal «tem um sistema que é aberto e que os bancos estrangeiros, que se instalaram em Portugal há poucos anos, têm vindo a crescer e a aumentar a sua cota de mercado. O que significa que contribuíram para o aumento da concorrência do sector e que tiveram sucesso em conseguir alargar essa participação no sector. É a prova que há essa mesma concorrência».

No entanto, o governador diz estar de acordo com Abel Mateus no facto de não haver «nenhuma evidência de existir cartelização no sector bancário».

Ainda questionado sobre se uma maior concentração da banca, em Portugal, pudesse aumentar o risco endógeno do sistema financeiro português, o responsável do BdP disse «não se poder pronunciar sobre essa questão», tal como não comentou o facto do possível sucesso da OPA do BCP ao BPI vir a aumentar a concentração do sector no país.

O BdP considera que «os indicadores objectivos de concentração bancária situam-nos num nível, quando comparado com outros países de pequena dimensão da Europa, normal para um país da nossa dimensão, num sector onde há concorrência actualmente. Não há obstáculos a essa concorrência», concluiu.