Oposição deve chumbar recuperação do Parque Mayer por fundo investimento - TVI

Oposição deve chumbar recuperação do Parque Mayer por fundo investimento

Camara municipal de Lisboa

Os partidos de esquerda, que detêm a maioria na Assembleia Municipal de Lisboa, deverão chumbar hoje a proposta de recuperação do Parque Mayer, depois de a discussão ter sido adiada na semana passada por falta de tempo.

Os deputados do PS e PCP já anunciaram que vão chumbar a proposta, que consideram um "mau negócio" para a autarquia, mas a Câmara de Lisboa, liderada por Carmona Rodrigues (PSD/CDS-PP), afirmou que ainda não tem um plano alternativo.

A proposta prevê a constituição de um fundo de 50 milhões de euros, em que participam a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), a Parque Mayer Investimentos Imobiliários (detida pela Bragaparques, proprietária dos terrenos da Avenida da Liberdade) e a Espart, do Grupo Espírito Santo.

A EPUL entra com os terrenos da Feira Popular, em Entrecampos, e da Alta do Restelo, cabendo depois aos gestores do fundo a reabilitação do Parque Mayer e a construção de projectos imobiliários nestes terrenos, cujos dividendos, após a venda, serão repartidos pelas três entidades.

O projecto de reabilitação, elaborado pelo arquitecto norte- americano Frank Gehry, inclui três teatros, um anfieteatro, uma mediateca, um clube de jazz e seis salas de ensaio, prevendo-se a conclusão para 2012 e um custo de 134 milhões de euros.

Os socialistas defendem que a Câmara, através da EPUL, "deveria ter uma posição maioritária" no fundo tripartido, ao contrário da participação de 35 por cento prevista, considerando também "excessivos" os equipamentos culturais projectados para o Parque Mayer.

Também os comunistas prometem rejeitar aquilo que dizem ser um "negócio muito desastroso para o município, à custa de um grande património, muito mais valioso do que as contrapartidas".

O presidente do município lisboeta afirmou na semana passada aos jornalistas que a autarquia ainda não tem um plano alternativo para a recuperação do Parque Mayer, mas garantiu que até ao final do mandato será aprovado um novo projecto de reabilitação, caso a proposta seja hoje rejeitada pela Assembleia Municipal.

Carmona Rodrigues rejeita o argumento de que este é um negócio desastroso para a Câmara de Lisboa.

"A autarquia vai receber muita coisa, nomeadamente um equipamento cultural de grande valia cultural, patrimonial e arquitectónica, num terreno que não lhe pertence, e recebe ainda os dividendos que resultarão da venda do edificado" nos terrenos de Entrecampos e da Alta do Restelo, que serão geridos pelo fundo de investimento imobiliário, sublinhou.
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