Governo diz que flexisegurança não será «tábua de salvação»

Quem o afirma é o ministro do trabalho, Vieira da Silva, que garantiu à «Agência Financeira» que é necessário, ao mesmo tempo, as empresas investirem na inovação e apostarem em maiores níveis de qualificação dos recursos humanos. «A flexisegurança por si só não basta», refere à margem da apresentação do Boletim de Trabalho e Emprego.

A redução da taxa de desemprego é vista pelo Executivo como uma das principais consequências da aplicação deste modelo. Vieira da Silva responde assim à crítica que é feita pelos parceiros socais que acusam a flexisegurança de aumentar a precariedade do mercado de trabalho. «Os países que já aplicam a flexisegurança apresentam os níveis mais baixos de desemprego e a melhor distribuição de rendimentos».

«Irá permitir reduzir a taxa de desemprego, melhorar o nível de rendimentos e aumentar a competitividade das empresas», assegura o ministro do Trabalho.

Vieira da Silva relembra que o modelo a aplicar não poderá ser uniforme a todos os países, uma vez que «não pode ser confundido com um conceito de pronto-a-vestir» e reitera a necessidade do Governo poder contar com a participação dos parceiros sociais, tal como aconteceu com a Dinamarca. «Este modelo vai permitir o avanço da economia, o mercado irá torna-se mais flexível, ao mesmo tempo, em que é garantida protecção dos trabalhadores», salienta à «Agência Financeira».

O Executivo considera, no entanto, que Portugal não irá adoptar 100 por cento este modelo mas deverá guiar-se por alguns conceitos que a flexisegurança defende.

Recorde-se que este tema estará em debate durante a presidência portuguesa da União Europeia(UE). Os países terão de analisar a proposta avançada pela UE e deverão chegar a uma conclusão no próximo mês de Dezembro.