Produção de cereais pode crescer 30 por cento

O ministro da Agricultura, Jaime Silva, antecipou esta terça-feira que a produção de cereais em Portugal pode vir este ano a crescer «30 por cento», na sequência do aumento das áreas semeadas por parte dos agricultores, noticia a agência Lusa.

«Portugal, no ano passado, produziu apenas 20 por cento dos cereais que habitualmente produzia, mas os agricultores portugueses, nomeadamente os alentejanos, face à situação do mercado, já este ano aumentaram as suas superfícies de área semeada», disse.

Por causa disso, segundo Jaime Silva, «se o ano correr bem», Portugal poderá ter um aumento da produção de cereais «à volta de 30 por cento».

«Esperamos que isso aconteça», afiançou o ministro, considerando este crescimento como «um sinal» e «uma resposta dos agricultores portugueses» à «mudança que houve no mercado mundial», com o aumento do preço dos produtos agrícolas e a falta de cereais, mas também à «mudança que o Governo impôs na política agrícola», que passa pela «competitividade».

«Espero que, desta vez, os portugueses olhem para a agricultura como um sector de actividade económica importante para a economia nacional e regional», argumentou.

O ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas falava aos jornalistas após inaugurar a Feira Internacional de Agro-Pecuária de Estremoz (FIAPE), que termina domingo.

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Anteriormente, durante a sua intervenção, Jaime Silva já tinha reconhecido que, actualmente, o mundo está «confrontado com o desequilíbrio entre a oferta e a procura de uma das principais produções agrícolas, os cereais».

«Hoje, é uma crise séria em muitas regiões do planeta. Fazem falta cereais para as necessidades de consumo», disse, lembrando, contudo, que a União Europeia (UE) é «excedentária» ao nível da produção cerealífera.

Ainda assim, sublinhou, a UE tem «outras obrigações a nível internacional», mercê dos protocolos de cooperação em que garante apoio alimentar a vários países, nomeadamente em África: «Este ano, já vamos ter [na UE] mais 20 milhões de euros do que o que necessitamos para consumir».

O governante incentivou ainda os agricultores a aproveitar esta «situação de mercado favorável» e o novo período de fundos comunitários, através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), que tem disponíveis apoios ao investimento, para apostarem na produção de matérias agrícolas rentáveis.

«Pela primeira vez, ao fim de uma década, os preços dos principais produtos agrícolas aumentaram. Que os agricultores encarem isso como uma oportunidade e respondam ao país, produzindo mais e produzindo riqueza», disse.