Benefícios da energia nuclear - TVI

Benefícios da energia nuclear

  • Portugal Diário
  • 6 fev 2007, 15:40

Riscos nucleares «cada vez mais distantes», afirmam cientistas

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Cientistas portugueses especializados em nuclear enaltecem os benefícios deste tipo de energia por ser mais barata, limpa e abundante e por os riscos a ela associados estarem «cada vez mais distantes». A notícia foi avançada pela agência Lusa.

O presidente do Centro de Fusão Nuclear (CFN), Carlos Varandas, e o físico nuclear José Carvalho Soares são dois dos participantes no Ciclo de Conferências «Energia e Sociedade» que traz quarta-feira a Portugal alguns especialistas internacionais.

Em declarações à Lusa, Carlos Varandas afirma não ter nada contra a energia nuclear por ser uma tecnologia «limpa, potente, economicamente competitiva e com combustíveis abundantes na Terra», além de que está instalada já em praticamente todo o ocidente.

«A produção de electricidade barata é importante não só para o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade, mas também para produzir hidrogénio por electrólise da água, o qual poderá ser a solução, em conjunto com os bio-combustíveis, para o importante sector dos transportes», defendeu o cientista, considerando muito importante o facto de ser limpa, para combater os problemas climáticos e ambientais.

Também o físico nuclear José Carvalho Soares considera serem «claros» os benefícios da energia nuclear, por ser «mais barata e compatível com as metas do Protocolo de Quioto de redução de emissões poluentes».

No entanto, Carvalho Soares não se assume contra ou a favor da construção de uma central nuclear em Portugal, porque considera que «qualquer decisão simplista está viciada».

Apesar disso, afirma que «a Europa jamais virá a prescindir da energia nuclear» e que, «ao mais alto nível, é patente a abertura» a este tipo de energia.

Já Carlos Varandas defende uma central nuclear em Portugal, mas é peremptório quanto à necessidade de serem cumpridos alguns requisitos, como a criação de uma Entidade Reguladora do Nuclear, prevista nas convenções internacionais que Portugal assinou, independente do poder político e económico e com credibilidade e as condições de trabalho adequadas.

A existência de um Plano Energético Nacional que aponte para a necessidade de uma central nuclear em Portugal e de um estudo geológico do território que permita basear as escolhas dos locais de construção da central e de armazenamento geológico dos resíduos são outras das condições.

Quanto aos possíveis riscos de uma central, o presidente do Centro de Fusão Nuclear considera que o importante é resolver a questão dos resíduos, depois de afastado o problema da proliferação de armas nucleares e dos riscos associados à segurança de um reactor.
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