«Não sou uma pessoa perfeita e falhas adoraria não as cometer» - TVI

«Não sou uma pessoa perfeita e falhas adoraria não as cometer»

  • Redação
  • Luís Moreira, agência Lusa
  • 10 out 2008, 08:59
Fátima Felgueiras e o saco azul (PEDRO FERRARI/LUSA)

Fátima Felgueiras diz não ter nada de que se «arrepender» e estar de «consciência tranquila»

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A presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Fátima Felgueiras, garante que não tem nada de que se «arrepender» na sua actividade política e pessoal, sublinhando que está «de consciência tranquila».

«Não sou uma pessoa perfeita e falhas adoraria não as cometer», admitiu, no entanto, Fátima Felgueiras em entrevista à Agência Lusa, recusando-se a falar do julgamento que termina esta sexta-feria no Tribunal Judicial local, onde tem sido julgada por 23 crimes.

A autarca salienta que tem mantido o silêncio sobre o chamado caso do «saco azul» do Partido Socialista (PS) local fora da sala de audiências: «Há três anos afirmei que se deve deixar para a Política o que é da Política e para a Justiça o que é da Justiça».

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Acrescenta que, «enquanto não terminar o palco da Justiça», nada tem a dizer sobre o processo, para não misturar as coisas: «Tenho estado no julgamento quase todos os dias, numa atitude e postura de respeito e de crédito para com o Tribunal».

Cinco anos depois de ter sido expulsa do PS pela Federação do Porto, então liderada por Francisco Assis, Fátima Felgueiras diz que guarda alguma mágoa pela saída do partido: «Não é mágoa em relação aos meus amigos e camaradas do PS, mas sim de alguns que, tendo cartão do PS, se comportaram para com Felgueiras de uma forma imprópria e incorrecta».

Afirma, também, que houve dirigentes que actuaram «baseados em interesses pessoais e ambições políticas individuais e não com a preocupação de defender as pessoas e a terra».

«O PS não pode ser responsabilizado por actos injustos», assinala.

Sobre o primeiro-ministro, José Sócrates, diz que mantêm uma boa relação institucional, acentuando que tem «estima e apreço pelo governante», que considera «uma pessoa corajosa, leal e firme».

Eleita em 2005 por um movimento independente de cidadãos, a presidente da Câmara Municipal de Felgueiras assegura que não deixará de ser «socialista de coração». «Há muito socialista de cartão que não o é tanto como eu», realça.

Garante que a sua atitude política perante toda a gente, munícipes e instituições, é apartidária: «Quem governa uma Câmara ou o país, fá-lo independentemente da cor partidária das pessoas».

Recandidata-se?

Para além da «mágoa» para com alguns dirigentes do PS, vive outras, no dia-a-dia da política local. «A única situação que me desagrada é a Assembleia Municipal, onde o debate político bateu no fundo, ouve-se o que se gosta e não gosta, às vezes até insultos, numa estratégia de agredir por agredir», lamenta.

Escusando-se a dizer se vai ou não recandidatar-se, Fátima Felgueiras assegura que «tem trabalhado com uma atitude de preocupação com as pessoas, numa postura honesta ao serviço dos outros».

«É isso que mantém este sentimento de confiança entre mim e a maioria das pessoas de Felgueiras, que sabem que a presidente de Câmara está empenhada numa intervenção política dirigida às pessoas e às suas realidades económicas», disse ainda Fátima Felgueiras.
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