Maioria das estradas tem «erros inaceitáveis» de construção

O Observatório da Segurança das Estradas e Cidades (OSEC) alertou, esta segunda-feira, para os erros de construção da maioria das estradas portuguesas, que influenciam negativamente o comportamento dos condutores.

O presidente do OSCE, Nuno Salpico, disse à agência Lusa que a maioria das estradas portuguesas apresenta «erros inaceitáveis de construção», contribuindo para os acidentes rodoviários, uma vez que «os defeitos» retiram aos condutores capacidade de decisão.

Segundo Nuno Salpico, os problemas nos traçados são sobretudo frequentes nas estradas nacionais e Itinerários Principais (IP) e Complementares (IC), sendo menor o risco nas autoestradas.

No entanto, as autoestradas também apresentam algum perigo, uma vez que «não têm as margens de segurança que permitam escoar as águas das chuvas», adiantou.

Mas as restantes estradas, de acordo com o mesmo responsável, têm um «nível de perigo superior», porque têm «níveis de construção muito baixo em termos de qualidade e cumprimento das regras de segurança».

Nuno Salpico sublinhou igualmente que os «níveis de segurança baixo» das estradas influenciam «negativamente o comportamento dos condutores», uma vez que «não são engenheiros rodoviários e não têm aparelhos de mediação em cada quilómetro» e quando estão a conduzir «não se apercebem dos défices» dos traçados, nomeadamente em «termos de distância de ultrapassagem e de distância de decisão».

Sobre as condições do troço do IC8, onde no domingo um despiste de um autocarro na Sertã provocou a morte a 11 pessoas e ferimentos em 32, Nuno Salpico afirmou que o Observatório da Segurança das Estradas e Cidades ainda não estudou esta estrada.