PSP: suspensão de dirigente é «inaceitável»

A Confederação Europeia de Polícia (EuroCOP) criticou esta sexta-feira, a recente suspensão preventiva do presidente do Sindicato Nacional de Polícia (Sinapol), considerando-a «inaceitável» e indicadora de «aparente falta de substância de diálogo social em Portugal», escreve a Lusa.

Numa nota divulgada no Luxemburgo, o presidente da Confederação, Heinz Kiefer, sustenta que «suspender um presidente de uma associação sindical em funções do seu serviço na polícia é inaceitável» e não resolve os problemas com que a polícia portuguesa se debate actualmente.

«Exortamos a administração a reconsiderar o que encaramos como uma decisão prematura, que não irá resolver qualquer das dificuldades que a polícia enfrenta em Portugal», diz o presidente da Confederação, da qual a Sinapol é membro.

A EuroCOP adverte ainda que a suspensão «está a suscitar preocupações na Europa sobre a aparente falta de substância de diálogo social em Portugal».

A Direcção Nacional da PSP anunciou a 8 de Setembro a instauração de um processo disciplinar e «a suspensão preventiva da Polícia» ao presidente do Sindicato Nacional de Polícia, Armando Ferreira, pela difusão de um pré-aviso de greve e «posteriores declarações».

A suspensão, de 90 dias, foi resultado da difusão de um pré-aviso de greve do Sinapol para o período entre 19 e 21 de Novembro, durante a realização da cimeira da NATO em Lisboa.

O Governo já avisou que não tolerará qualquer greve na PSP, por considerar que colocaria em risco a própria autoridade do Estado pelo qual tem obrigação de zelar.

Fundada em 2002, a EuroCOP é uma organização com sede no Luxemburgo que reúne 35 associações sindicais de 26 países ¿ representando cerca de 500 000 polícias -, contando-se entre os seus membros a Sinapol e também a Associação dos Profissionais da Guarda.