«Não atiramos para matar, atiramos para neutralizar» - TVI

«Não atiramos para matar, atiramos para neutralizar»

Assalto ao BES: director da PSP garantiu que a polícia esgotou todas as opções antes de disparar

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A polícia agiu no limite, no momento em que atiradores especiais do GOE dispararam contra os dois homens que assaltaram o BES da rua Marquês de Fronteira, em Lisboa, que mantiveram sequestradas duas pessoas, durante mais de oito horas. Foi esta a garantia dada pelo director nacional da PSP, numa conferência de imprensa realizada esta tarde, em que descreveu a operação como um sucesso total, em que «tudo foi tentado para preservar a vida de reféns e sequestradores».

Francisco Oliveira Pereira recusou entrar em detalhes sobre a operação, uma posição que o comandante do Grupo de Operações Especiais (GOE), Carlos Henrique Ribeiro, explicaria ter como objectivo «salvaguardar o sucesso de futuras operações». Sobre esta, foram revelados poucos detalhes.

Não foi confirmado que os sequestradores eram brasileiros, mas também não foi desmentido. Foi adiantado apenas que eram cidadãos estrangeiros, com idades entre os 25 e 35 anos, sem autorização de residência em Portugal. Trabalhavam na construção civil há alguns meses. Não têm cadastro conhecido, mas «têm família e amigos». E foi com este último argumento assinalado entre as aspas, que Oliveira Pereira disse aos jornalistas ser «perfeitamente descabido revelar os seus nomes».

O director nacional escudou ainda a reserva de informações no facto do caso estar em investigação, o que o levou a não confirmar o número de atiradores, de tiros disparados, ou se algum deles partiu dos sequestradores. Sobre o incidente, foi dito aos jornalistas que os dois se mostraram «irredutíveis na intenção de assaltar» e na «intenção de fuga». E que com a mesma resolução as autoridades tentaram salvaguardar as suas vidas e dos dois reféns em seu poder. Este conflito chegou ao limite quando as autoridades se sentiram sem opções. «No momento em que sentimos que a vida dos reféns estavam em perigo iminente», explicou o director nacional da PSP.

«Somos a última razão»

Oliveira Pereira elogiou os cerca de 100 agentes que estiveram no local, os oito elementos do INEM e os inspectores da PJ. Mas deixou uma palavra de apreço a os reféns. «Demonstraram uma coragem fantástica e grau de colaboração muito grande», salientou, apesar do risco «muitíssimo grande» a que estiveram sujeitos, minimizado ao máximo pelos atiradores, no momento de agirem.

A mesma cautela, revelou o responsável máximo da PSP, foi utilizada para resgatar outros quatro reféns no início do sequestro, que foi denunciado por uma testemunha que «utilizava uma caixa de Multibanco». Cautela semelhante foi ainda utilizada no momento de terminar com o sequestro - na primeira intervenção do género da história dos GOE. «Não atiramos para matar, atiramos para neutralizar», garantiu Oliveira Pereira. Ou como o lema do GOE: «Somos a última razão mas queremos igualmente ser a primeira».
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