Sobrinhos de Isaltino com processo-crime - TVI

Sobrinhos de Isaltino com processo-crime

Ministério Público alega «falsas declarações» por parte da mulher do sobrinho do autarca de Oeiras

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O Ministério Público (MP) vai instaurar um processo-crime, por «falsas declarações», à mulher do sobrinho de Isaltino Morais por não acreditar no testemunho onde negou, sob juramento, uma eventual toxicodependência do marido, facto que é contrariado em escutas telefónicas que constam no processo.

Segundo informação da Lusa, Isaltino Morais acusa o sobrinho, numa conversa telefónica, de gastar o dinheiro do autarca, da conta na Suíça, «em droga». Questionada pelo procurador do MP, Luís Eloi, Casimira Alves afirmou desconhecer tal dependência do marido, «ele teve foi uma depressão durante um ano e meio e esteve internado a fazer a cura do sono», disse.

A soma de 300 mil euros depositada numa conta suíça, do autarca de Oeiras, levantou ainda mais questões e desconfianças por parte do MP. O casal terá pedido um empréstimo bancário tendo avultada quantia naquela conta.

«Fizemos esse empréstimo porque não queríamos mexer naquele dinheiro que estava a ser gerido pelo tio do meu marido», disse, adiantando que deixou de conseguir pagar o empréstimo uma vez que o sobrinho do autarca ficou de «baixa».

Face à alegada incoerência do discurso do casal, o MP optou por instaurar dois processos-crime ao casal.

Sobrinho gastou «dinheiro em droga»

«Você está a perceber o absurdo e a incoerência das suas declarações?», questionou a presidente do colectivo de juízes durante a audição ao sobrinho do autarca.

Isaltino afirmou, durante o seu depoimento, que os depósitos efectuados na Suíça, numa «única conta nominativa», se referiam a alienações de património próprio, investimentos, heranças e cerca de 400 mil euros de sobras de campanhas realizadas até 2001, como era habitual «em todos os partidos, em todos os concelhos».

Reconhecendo uma «grande concentração» de dinheiro, num dos depósitos efectuados, justificou-se alegando que guardava elevados montantes em casa - que chegaram a ascender a 80 mil contos (400 mil euros), guardados numa pasta.

Após a existência desta conta ser de domínio público, o autarca deslocou-se à Suíça, dividindo com a irmã e com o sobrinho os 900 mil euros que detinha nessa altura.

O MP acusa que estas transferências foram feitas com o propósito «de ocultar a verdadeira proveniência e titularidade das quantias resultantes de vantagens patrimoniais que obteve indevidamente no exercício das suas funções públicas».
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