O valor da leitura num espaço de reclusão - TVI

O valor da leitura num espaço de reclusão

  • Portugal Diário
  • 23 abr 2007, 18:46

Ministra da Cultura visitou reclusas no Dia Mundial do Livro

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«A leitura é um espaço de liberdade para qualquer leitor», afirmou esta segunda-feira a ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, durante a visita que efectuou ao Estabelecimento Prisional de Tires, por ocasião do Dia Mundial do Livro, escreve a agência Lusa.

Isabel Pires de Lima quis assinalar esta efeméride junto das reclusas da Cadeia de Tires «para valorizar o acto de leitura num espaço de reclusão».

Perante cerca de 15 reclusas, a ministra falou sobre a leitura e a liberdade, com a ajuda da escritora da Maria Teresa Horta, que falou da sua obra e da condição de feminista.

«Há milhares de mundos dentro de um livro», disse a escritora, incentivando as reclusas à leitura.

A ministra fez um donativo simbólico de cerca de 100 livros de poesia e ficção ao Estabelecimento, visando apoiar a acção nele desenvolvida para incentivar as reclusas à leitura.

Neste estabelecimento prisional estão detidas cerca de 500 mulheres e uma centena de homens e em cada pavilhão há um espaço de leitura.

Segundo dados do Ministério da Justiça divulgados à Lusa, num universo de 52 estabelecimentos prisionais há cerca de 175 mil livros.

A maioria dos leitores é do sexo masculino, tem entre 21 e 39 anos e o segundo e terceiro ciclos do ensino básico de escolaridade.

O romance e a poesia são os géneros preferidos entre os reclusos das cadeias portuguesas.

A poesia é também o género literário preferido entre as que estão detidas na cadeia de Tires, a atestar pelo contacto que Isabel Pires de Lima e Maria Teresa Horta tiveram esta segunda-feira.

Na sessão neste estabelecimento prisional, a ministra da Cultura leu poemas de António Gedeão e David Mourão Ferreira para incentivar ao acto de leitura.

No contacto com a ministra e a escritora, algumas reclusas afirmaram que é difícil conviver com a falta de liberdade e que a escrita e a leitura são duas formas de sentirem livres e de manifestarem o que sentem.

«Facultar o acesso à leitura rematou a ministra é facultar o acesso à liberdade».
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