Quinta da Fonte: moradores pedem há anos para sair - TVI

Quinta da Fonte: moradores pedem há anos para sair

Polícias patrulham as ruas do Bairro da Quinta da Fonte

Câmara «não tem outras casas para lhes dar». Famílias tentaram ocupar apartamentos noutro bairro. Polícia obrigada a intervir

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O presidente da Junta de Freguesia da Apelação, onde se situa bairro da Quinta da Fonte, palco de confrontos violentos na sexta-feira, disse à Lusa que há vários anos que moradores pedem para serem realojados noutro local.

«Nos últimos anos têm solicitado à câmara alternativas noutros locais. Os moradores de etnia cigana são os que mais pedem, mas a câmara não pode, porque não tem casas para lhes dar», afirmou o presidente da junta da Apelação, José Henriques Alves (PS).

Na área da sua freguesia, o único bairro de realojamento é a própria Quinta da Fonte onde a autarquia está a recuperar cerca de 50 casas danificadas dispersas pelo bairro.

Famílias tentaram ocupar casas na Quinta da Mós

Na Quinta da Mós, o bairro de realojamento onde um grupo de moradores da Quinta da Fonte tentou ocupar casas sábado à noite, as habitações «estão praticamente todas distribuídas» no âmbito do Programa Especial de Realojamento (PER), lembrou.

José Henriques Alves considera ainda que o anúncio do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, de um contrato local de segurança para o concelho de Loures, «será uma boa solução se trouxer mais policiamento».

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«Devia ter sido construída uma esquadra ou um posto de atendimento na freguesia da Apelação, especialmente na Quinta da Fonte», reivindicou.

O presidente da junta sublinhou que há vários anos tem vindo a «tentar por todos os meios que o Governo ali coloque mais policiamento de proximidade».

O ambiente na Quinta da Fonte estava «sossegado» quando o autarca visitou o bairro sábado, impressão que tem sido corroborada por funcionários da junta com quem José Henriques Alves tem estado em contacto.

O bairro, construído para acolher desalojados pela construção dos acessos viários à Expo 98, onde vivem 2.500 pessoas, foi palco de confrontos com armas de fogo na quinta e sexta-feira.

O ministro da Administração Interna anunciou sábado que Loures e Sintra vão ser os primeiros concelhos da região de Lisboa a receber contratos locais de segurança, instrumento que prevê o reforço da segurança comunitária e policiamento de proximidade.

«Depois do Porto, Loures será o primeiro concelho na região de Lisboa a receber este contrato, que começará a funcionar em Outubro», indicou Rui Pereira, acrescentando que as urbanizações da Quinta da Fonte, Quinta do Mocho e das Urmeiras estarão contempladas em particular neste projecto de reforço de segurança.

Até Outubro, o ministro garantiu que o Corpo de Intervenção da PSP e o Grupo de Operações Especiais (GOE) vão «intervir sempre que for necessário».
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