Dono do Ferrari era informador «pontual» da PJ - TVI

Dono do Ferrari era informador «pontual» da PJ

  • Portugal Diário
  • 4 mar 2008, 20:10
O Ferrari do informador da PJ (imagem TVI)

Noite Branca: Helena Fazenda terá avocado processo da morte

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O empresário Carlos Almeida, que morreu ao volante do seu Ferrari, tinha-se tornado informador «pontual» da PJ/Porto, depois de ter sido investigado por alegados crimes de tráfico de droga e burla em compra de automóveis, disse fonte policial, citada pela Lusa.

O Ferrari, que ficou feito em pedaços e foi para a sucata, era um dos símbolos da riqueza que ostentava e que os seus detractores atribuem a «negócios pouco claros» no ramo automóvel.

Noite Branca: informador da PJ autopsiado

Segundo a fonte policial, foram as alegadas ligações à polícia do empresário - que embora nunca tenha estado preso ou sido condenado, teria uma extensa ficha na PJ - que facilitaram as informações que Carlos Almeida terá dado sobre o caso da «Noite branca» do Porto, em especial no caso que envolve Bruno Pidá, o principal suspeito da morte de Aurélio Palha, que está em prisão preventiva.

Vítima de um furto de um dos seus carros, Carlos Alberto, que era dono do stand «Finicar» no Porto, viu o seu telemóvel ir parar às mãos da mulher de Pidá, a qual o entregou à Procuradora Helena Fazenda.

O inspector da PJ ter-lhe-á mandado uma mensagem de telemóvel a perguntar-lhe se conhecia testemunhas que ligassem Bruno «Pidá» - alegado líder de um grupo envolvido em dois homicídios no Porto - a um carro da marca Mercedes, que terá sido usado pelos assassinos de Aurélio Palha.

Equipa de Helena Fazenda terá avocado processo

É aquela magistrada - garantiu a fonte -, que foi encarregue pela Procuradoria-geral da República de investigar os vários crimes mortais ocorridos na «noite» do Porto, quem irá conduzir a investigação ao acidente, depois de colhidos os resultados técnicos, a autópsia e a perícia aos destroços.

As mesmas fontes garantem que Carlos Almeida conhecia bem os meios das máfias da chamada «noite do Porto» e as suas ramificações pelo que as suas «dicas» à PJ podem ter sido úteis na investigação que conduziu à detenção de Bruno Pidá e de outros suspeitos.

Andava, por isso, temeroso de uma vingança das «máfias» da noite, sabendo, como sabia, que costumam atirar a matar.

Estes factos levaram os meios da PJ/Porto a colocar a hipótese de o despiste, ocorrido às 5:30 horas, ao raiar do dia de segunda-feira, na auto-estrada A4, no sentido Porto-Amarante, ter sido causado por sabotagem, por exemplo, nos mecanismos de travagem ou na direcção da viatura.

Excesso de velocidade pode ter originado acidente

De qualquer modo, sabe-se que o Ferrari embateu contra os rails da auto-estrada, o que tanto pode ter sido causado por excesso de velocidade como por qualquer avaria mecânica.

Carlos Almeida ia rumo a Ermesinde, onde vivia, mas os despistes impediram-no de chegar ao destino.

Os destroços vão, agora, ser alvo de inspecção por peritos da PJ, incluindo os de explosivos, de forma a determinar qual a possível causa do acidente mortal.

O carro incendiou-se e o condutor morreu carbonizado no interior, tendo o cadáver sido reconhecido no Instituto de Medicina Legal com recurso à ficha dentária.

Tinha bebido «uns copos» com os amigos

Carlos Almeida teve o acidente depois de ter estado a «beber um copo» com amigos, disse à Lusa um indivíduo que afirmou ter trabalhado com a vítima e ser seu amigo. O indivíduo mostrou-se céptico face às notícias que dão Carlos Almeida como informador da PJ.

«Ele andava por aí à vontade, saía à noite, ia a bares. Como é que uma pessoa que dizem que era colaboradora da PJ podia levar uma vida assim?», interroga-se o mesmo amigo.

Carlos Almeida, cujo corpo já foi retirado do Instituto de Medicina Legal do Porto, onde hoje foi autopsiado, possuía um stand de automóveis na Rua de S. Roque da Lameira, no Porto, denominado Finicar. Até há menos de um ano teve outro stand, com o seu nome, no nº 715 da Rua de Faria Guimarães, no Porto.
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