A Associação Nacional de Professores (ANP) congratulou-se com o parecer do Conselho Científico do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) contra a prova de avaliação e voltou a pedir ao ministério a sua abolição.
«A Associação Nacional de Professores continua a solicitar a Sua Excia, o Ministro da Educação e Ciência, a abolição da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC)», refere a associação, no seguimento da polémica em torno do parecer do IAVE, que não considerou a prova «válida e fiável» nem capaz de cumprir o objetivo a que se propunha, de avaliar a qualidade da preparação dos professores para a docência.
O parecer concluído um mês antes de os professores realizarem a prova veio dividir o IAVE, com o Conselho Diretivo a afirmar, na terça-feira, que não se revia nem subscrevia a posição do Conselho Científico.
No mesmo dia, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) também contestou algumas das criticas do Conselho Científico, sublinhando que a prova de avaliação «não é uma iniciativa isolada», mas sim «parte fundamental» de um conjunto de medidas tomadas: «Entre outras medidas contam-se a obrigatoriedade de realização de exames de Português e de Matemática para admissão aos cursos de licenciatura de Educação Básica e o reforço curricular das condições de habilitação para a docência», defendeu a tutela numa nota enviada à Lusa.
Depois de os maiores sindicados de professores se congratularem-se com a posição do Conselho Cientifico e exigirem a anulação da prova, agora foi a vez da ANP também defender a abolição da PACC, dirigida aos professores contratados com menos de cinco anos completos de atividade docente e aplicada pela primeira vez no passado ano letivo.
A ANP critica o ministério por ser «o único órgão regulador de todo o sistema de ensino em Portugal (universidades e politécnicos)» e depois apresentar «no final de um percurso formativo universitário, "um instrumento regulador" de acesso à carreira docente».
Tal como tinha criticado o Conselho Cientifico, também a ANP considera que a PACC «não é mais do que um meio para quartar o acesso à profissão docente e tentar descredibilizar a formação inicial de professores».
O Conselho Científico defendeu por isso que a validade da PACC é «pouco fundamentada» e que só se justifica se o MEC duvidar da qualidade da formação inicial.
A ANP diz que o Estado deve assumir a credibilidade da formação das Instituições de Ensino Superior cujo funcionamento aprova e, «caso alguma, não reúna as condições (devido a deficiências na formação que ministra) é nesse âmbito que deve atuar».
Em alternativa à PACC, a ANP defende estágios pedagógicos na formação inicial dos futuros docentes, como forma de avaliar os professores no contexto de sala de aula com alunos.
Associação de Professores pede abolição da prova de avaliação
- Redação
- EC
- 7 jan 2015, 12:46
ANP reage ao parecer do IAVE, que não considerou a prova «válida e fiável» nem capaz de cumprir o objetivo a que se propunha
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