"O estudo do Observatório diz, por exemplo relativamente à parte de doentes acamados: temos apenas uma amostra, não é representativa, não podemos tirar conclusões". Está citado no documento, disse Paulo Macedo na comissão de saúde, no Parlamento.
"A partir disto fizeram-se duas manchetes de jornais e ontem foi o que foi dito. Não é por isso que não tem algum valor, a questão é dizer que isso é representativo"
O ministro da Saúde anunciou ainda que até ao final do ano vai abrir mais 28 Unidades de Saúde Familiar (USF) e deixar em construção cerca de 20 centros de saúde, a serem inaugurados já pelo próximo Governo.
Paulo Macedo recordou que durante a sua governação foram abertas 117 USF e adiantou que durante o ano de 2015 serão abertas mais 28, estando prevista para “os próximos dias” a publicação da portaria correspondente.
“Deixaremos em construção, em obra, cerca de 20 centros de saúde. Há-de ser o novo Governo a inaugurá-las, que a mim não me veem em cerimónias de arranque de obras, de lançamento das primeiras pedras”, afirmou, numa resposta direta à deputada socialista Luísa Salgueiro.
Quanto ao médico de família, Paulo Macedo sublinha que foi possível em quatro anos diminuir o número de utentes sem médico de família e adiantou que este número irá diminuir ainda mais graças aos internos que estão a concluir a formação.
“A grande diminuição do número de utentes sem médicos de família vem do número significativo de internos que estarão a prestar serviço nas USF e cuidados de saúde personalizados”.
Assim, considera que a falta de médicos de família para cerca de 700 mil pessoas possa ser suprida em dois anos.
O relatório analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da 'troika' e, quanto a esse ponto, concluiu que o número de camas disponíveis nos hospitais públicos continua a diminuir, enquanto aumenta nos privados, e nos cuidados continuados mantém-se abaixo das necessidades da população (menos de 30%).
Constata, também, que as estimativas apontam para que haverá 110.355 pessoas dependentes no autocuidado nos domicílios, das quais 48.454 serão pessoas dependentes “acamadas”.
Outras das conclusões é que faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos e o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.
O secretário de Estado e adjunto da Saúde já tinha dito, na segunda-feira, que o relatório peca por omissão.