Incendiários sem antecedentes criminais

Dos 38 presumíveis incendiários detidos pela Policia Judiciária, este ano, 90 por cento são primários, isto é, não têm antecedentes criminais, nem estavam referenciados pela prática de fogo posto. Esta quarta-feira a PJ anunciou a detenção de mais duas mulheres suspeitas de atearem sete fogos no centro do país.

«Todos os anos surgem novos incendiários. Não é verdade que a maioria dos incendiários sejam reincidentes. Na realidade a maioria dos casos, 90 por cento, este ano são situações novas. Estes casos são os mais difíceis de prevenir», sustenta ao PortugalDiário fonte da Polícia Judiciária de Coimbra.

A PJ anunciou a detenção de duas mulheres suspeitas de terem ateado fogos em Cantanhede e Vila de Rei. «São mais dois casos em que não havia qualquer antecedente», adianta. Uma das incendiárias tem 73 anos e será a responsável por dois incêndios. Um no ano passado e outro já este ano.

A Judiciária está ainda a apurar o móbil dos crimes no entanto admite que poderá estar relacionado com o «gosto por ver o fogo» ou por fenómeno mimético, isto é, por imitação. A idosa foi presente a tribunal mas o Juiz de Instrução Criminal apenas determinou como medida de coacção apresentações periódicas.

A outra detida pela PJ tem 35 anos e é suspeita de ter ateado cinco fogos na zona de Vila de Rei. As perturbações mentais terão estado na origem dos crimes, de tal forma, que o juiz competente determinou que a detida ficasse em prisão preventiva num hospital psiquiátrico.

A PJ adianta ainda que 50 por cento dos presumíveis incendiários detidos, este ano, tiveram como medida de coação «penas privativas da liberdade» e que nos últimos três anos foram apanhados 185 incendiários.

«A ajuda das populações e a atenção dos mesmos tem sido uma ajuda na obtenção de prova para além da confissão. Os populares têm estado em grande sintonia e procuram sempre ajudar», esclarece a mesma fonte.