Mãe enviada para casa com bebé morta na barriga relata o choque de quando viu o rosto da filha

  • 14 nov 2023, 11:49
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Tânia e Luís viveram um pesadelo quando foram para casa, por falta de vagas no hospital, sabendo que a filha estava morta. No parto, viveriam outro choque inesperado

Tânia e Luís estavam à espera da quarta filha quando, aos oito meses de gravidez, aconteceu o pior. Naquele dia tudo estava normal e a mãe sentia Eva mexer-se. Mas, na consulta de rotina que teve de tarde, os médicos não detetaram os batimentos cardíacos do bebé. “Temos aqui um problema com a sua bebé. Ela está morta.” Foi com estas palavras que Tânia recebeu a pior notícia que uma grávida pode receber, como contou no ‘Goucha’, sendo que estava sozinha, já que tudo era um procedimento de rotina e o marido estava a trabalhar.

“Fizeram uma ecografia e viram que a bebé já não se mexia, não havia movimentos fetais, voltaram a confirmar e deram a minha filha como morta”, recorda o pai, que admite revolta além de uma grande tristeza. 

De seguida, o que se passou transformou-se numa polémica nacional. Sem vagas, o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, terá dado a opção a esta mãe de ficar internada enquanto fazia a medicação de indução do parto, mas teria de partilhar espaço com uma recém-mãe, uma situação psicologicamente inaceitável nestas circunstâncias, o que levou a própria médica a recomendar que Tânia fosse para casa tomar a medicação para induzir o parto. O casal teve de voltar para sua casa com a filha morta sem qualquer apoio.

“Foi horrível saber que tinha um bebé morto dentro de mim”, recorda Tânia. Voltaram ao hospital para fazer o parto do bebé. Porém, madaram novamente Tânia para casa por falta de vagas para fazer o procedimento. “Se tiver febre acima dos 38 graus e dor vá a uma urgência”, terá dito uma médica, de acordo com declarações do pai à TVI. “E se não chegássemos a tempo?”, questiona o pai.

De acordo com o casal, a primeira ida ao hospital foi a 24 de outubro (terça-feira) e, entre saídas e entradas traumáticas para Tânia, o parto só foi realizado no dia 27 (sexta-feira). “Até ela nascer tive esperança de que ela nascesse viva”, recorda a mãe.

O choque intensificou-se quando perceberam que a filha tinha uma má-formação grave na boca, que nunca tinha sido detetada nas ecografias. “Faltava-lhe parte do rosto e o nariz estava todo enfiado para dentro da boca”, conta.

O casal vai avançar com uma queixa-crime contra o hospital e contra laboratório onde realizou a ecografia morfológica. O pai garante que nunca receberam um pedido de desculpas e apenas tiveram direito à presença de psicólogo no quarto uma vez. O hospital emitiu um comunicado, no qual sublinha que a ecografia morfológica – a mais detalhada – tinha sido realizada numa entidade externa. Por sua vez, a clínica que realizou o exame garante ter cumprido todo o protocolo nestes casos. Aguarda-se o resultado da autópsia de Eva, bebé que perdeu a vida há apenas três semanas, para se retirarem mais conclusões.

“Posso ter a dor de a ter perdido, mas ela não vai sofrer fisicamente.” Este é o pensamento que traz hoje algum conforto a Tânia, quando imagina o que teria sido a vida da sua filha caso sobrevivesse com uma má-formação tão grave.

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