Imobiliárias estrangeiras saem do país «por ineficácia da Câmara de Lisboa» - TVI

Imobiliárias estrangeiras saem do país «por ineficácia da Câmara de Lisboa»

  • Rui Pedro Vieira
  • 27 jun 2007, 13:33
Câmara de Lisboa (arquivo)

O director-geral da Aguirre Newman disse, esta quarta-feira, que «há empresas estrangeiras do ramo imobiliário a sair do país porque o sistema administrativo da Câmara Municipal de Lisboa não funciona».

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À margem da apresentação de um estudo sobre o mercado imobiliário de Lisboa, coordenado pelo grupo, Carlos Moedas sublinhou aos jornalistas ser «vergonhoso» que uma empresa para poder resolver os seus assuntos com os órgãos da câmara «tenha de recorrer a amigos, a cunhas».

O responsável referiu ainda existir, a nível nacional, «uma instabilidade no nosso sistema fiscal que prejudica o sector», nomeadamente o fim dos benefícios em torno de alguns fundos de investimento imobiliário (detidos por investidores não qualificados) e as mudanças da lei do IVA na aquisição de imóveis por parte de empresas, quando é solicitada a recuperação deste imposto por parte de um vendedor.

«A população não se dá conta nem defende o sector. Parece que quanto menos se decidir melhor», disse Carlos Moedas.

Em relação ao impasse em torno da Câmara Municipal de Lisboa, o director-geral da Aguirre Newman acrescentou que «todos os candidatos, sejam de esquerda ou de direita, hesitam em falar sobre mercado imobiliário. Enquanto os políticos não tiverem coragem, não vai ser fácil», resumiu.

Investimento deve continuar a crescer este ano

Apesar destas considerações, a Aguirre Newman está confiante quanto ao investimento no sector imobiliário para este ano «em que se prevê a continuação de uma forte procura de activos no investimento».

De acordo com o estudo do grupo imobiliário, «a procura excedeu a oferta» e, em 2006, o valor do investimento excedeu os 940 milhões de euros.

Este aumento de liquidez verificou-se, principalmente, nos fundos imobiliários «e deveu-se quase na totalidade a uma transferência de fundos do mercado de valores mobiliários para o sector imobiliário, considerado um valor-refúgio em épocas de instabilidade como a actual», conclui o documento.

«É um mercado onde os preços têm subido de forma estrondosa devido ao aumento da procura. Este é um fenómeno mundial e não apenas português», concluiu o director-geral da Aguirre Newman.
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