Já fez LIKE no TVI Notícias?

Detenções e tortura em Myanmar prosseguem

Relacionados

Denúncia feita pela organização humanitária Amnistia Internacional

A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que a Junta Militar de Myanmar (antiga Birmânia) continua a deter e a torturar pessoas, mantendo nas cadeias pelo menos 700 «presos políticos», cuja libertação imediata é exigida, noticia a Lusa.

Em comunicado divulgado pela sua sede em Londres, a organização anunciou ter enviado às autoridades de Rangum uma carta enumerando os «graves e contínuos» abusos dos direitos humanos perpetrados desde 26 de Setembro.

PUB

Os generais birmaneses garantem só manter nas cadeias 91 de milhares de detidos nas sucessivas vagas de repressão de activistas pró-democracia.

A AI, com base em informações recebidas do terreno, insiste na existência de centenas de reclusos, incluindo menores e duas mulheres grávidas, muitos deles alvo de maus-tratos em celas superlotadas, onde escasseia a água e os alimentos, os medicamentos e os agasalhos.

Pessoas encerradas em canis

A organização vai mais longe, revelando que, à falta de mais celas, há pessoas encerradas em canis.

«Um detido recentemente libertado contou ter sido obrigado a permanecer longos períodos ajoelhado sobre tijolos», destaca o comunicado da AI.

O texto adianta que monges budistas - no centro dos protestos - foram despidos dos seus hábitos e forçados a comer à tarde, infringindo assim uma norma muito estrita da sua religião.

«Sequestros, detenções arbitrárias, espancamentos, tortura e desaparecimentos» continuam a ser praticados pelas autoridades birmanesas, de acordo com a AI, apesar de se terem comprometido a «cooperar plenamente».

PUB

Entre os próximos dias 11 e 15, o relator especial da ONU para os Direitos Humanos, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, visita a Birmânia.

«Em vez de protestarem por uma alegada ingerência nos assuntos internos do país - por causa desta visita -, as autoridades birmanesas deviam cumprir o acordado», salienta a AI, que pediu ao dignitário brasileiro para obter uma lista completa dos detidos e sentenciados pela ditadura.

Segundo estimativas, desde Setembro morreram duas centenas de pessoas e cerca de seis mil passaram pelos calabouços.

PUB

Relacionados

Últimas