A independência do Kosovo vai ser declarada «dentro de dias», em «estreita coordenação» com os Estados Unidos e a União Europeia, afirmou terça-feira o primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaci, numa coluna publicada no International Herald Tribune, escreve a Lusa.
«A independência está aí. Em estreita coordenação com os nossos aliados Estados Unidos e União Europeia, o meu governo e o Parlamento do Kosovo vão declará-la dentro de dias», escreve Thaci a abrir o texto, intitulado «O Kosovo está pronto».
PUB
Em declarações à imprensa terça-feira, o primeiro-ministro kosovar afirmou ter concluído «as últimas consultas» com a UE e Estados Unidos e que a declaração da independência está apenas «pendente de uma data», acrescentando que o acto solene decorrerá ainda em Fevereiro.
Esta não é contudo a primeira vez que Hashim Thaci fala da iminência da declaração de independência. A 24 de Janeiro, depois de um encontro em Bruxelas com o alto representante para a Política Externa da UE, Javier solana, Thaci disse à imprensa que a independência era «uma questão de dias».
Sérvia: acordo com UE «é burla»
Kosovo: «Sérvia nunca poderá ser negligenciada»
De acordo com analistas políticos, as datas mais prováveis são os próximos dias 15, ou 16, antes da próxima reunião dos chefes das diplomacias da UE, no dia 18, em Bruxelas.
PUB
Embaixador russo apela à UE
O embaixador russo junto da União Europeia (UE) apelou aos Estados-membros para não reconhecerem a independência da província sérvia do Kosovo.
Na terça-feira, analistas políticos próximos do processo admitiram como datas mais prováveis para a auto-proclamação da independência pela maioria albanesa do território os próximos dias 15, ou 16, antes da reunião dos chefes das diplomacias da UE, no dia 18, em Bruxelas.
O embaixador Vladimir Tchijov garantiu em Bruxelas ainda não ter «perdido a esperança de impedir o desenrolar dos acontecimentos, através do recurso a todos os meios diplomáticos disponíveis».
Tchijov insistiu em que o reconhecimento da auto-proclamação da independência do Kosovo é uma «violação» da Acta Final de Helsínquia (1975), nos termos da qual a integridade territorial dos Estados está protegida.
Segundo o embaixador, seria igualmente violada a Carta das Nações Unidas (ONU) - de que a Sérvia é membro - e a resolução 1244 do Conselho de Segurança.
PUB
Esta resolução, aprovada na sequência dos bombardeamentos da Aliança Atlântica (NATO) à ex-Jugoslávia (1999), confiou à ONU a administração da província (meridional) sérvia do Kosovo (MINUK).
O diplomata ameaçou os países que reconheçam a independência do Kosovo com represálias por parte do Kremlin.
UE dividida
A UE está dividida sobre a independência do Kosovo: dos 27, a favor estão 21 e contra seis, por motivos relacionados com reivindicações separatistas no seu interior: Espanha, Bulgária, Chipre, Grécia, Roménia e Eslováquia.
PUB