A Organização Mundial de Saúde (OMS) elevou, esta quarta-feira, o nível de ameaça da gripe mexicana para cinco, num total de seis, o que significa que o mundo está à beira de uma pandemia provocada pelo vírus H1N1, segundo avança a Reuters. Entretanto, a Comissão Europeia já veio dizer que se podem esperar mortes por gripe suína na Europa, embora seja difícil prever quantas pessoas podem morrer.
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Na sequência da elevação do nível de alerta, a OMS esclareceu que desta forma o mundo está mais protegido contra a ameaça de uma pandemia «do que em qualquer outra altura». «Decidi elevar o nível de alerta de pandemia de gripe de quatro para cinco», anunciou Margaret Chan, directora-geral da OMS, em conferência de imprensa, ao início da noite desta quarta-feira.
Segundo a responsável, o vírus H1N1 é conhecido pela «rápida mutação e comportamento imprevisível». A OMS diz que este é o momento de todos os países activarem os planos de emergência.
A OMS diz que o aumento do nível de alerta é um sinal para os governos, a indústria farmacêutica e as comunidades económicas agirem. Margaret Chan incentiva as empresas farmacêuticas a desenvolverem a capacidade de produção de anti-virais. Chan alerta que o stock de anti-virais não é suficiente e que é necessário um maior investimento por parte dos governos e das empresas.
Margaret Chan pede ainda ao Governo mexicano que seja transparente e aberto nas informações sobre a gripe suína.
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Comissão Europeia espera mortes na Europa
A Comissão Europeia já veio dizer que se podem esperar mortes por gripe suína na Europa, apesar de o continente europeu estar bem preparado para o combate à doença. «Sim, morreram pessoas desta doença. Não é bem uma questão de tempo, mas mais uma questão de quantos. Serão centenas, milhares ou dezenas de milhar?», diz Robert Madelin, directo-geral de Saúde e Política de Consumo da Comissão Europeia, citado pela Reuters.
«Não sabemos a escala desta pandemia. Mas a Europa nunca esteve tão bem preparada», acrescentou, adiantando que uma vacina pode estar pronta, na Europa, dentro de 100 dias.
Madelin informou ainda que a suspensão de viagens para o México e para os Estados Unidos não será abordada na reunião de ministros da Saúde da União Europeia que se realiza na quinta-feira. Ainda assim, o responsável alerta os viajantes para que sejam mais cautelosos.
Portugal sem casos e sem medidas
O director-geral de Saúde, Francisco George, explicou, esta quarta-feira, em conferência de imprensa, ainda antes da elevação do nível de alerta, que caso fossem declarados os níveis de alerta mais graves, as medidas a adoptar dependem de cada país.
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Francisco George explicou que as acções previstas nos planos de contingência associadas às fases 5 e 6, só serão adoptadas em Portugal, se «existir» a infecção no país e tendo em conta a sua «propagação» e «intensidade».
No mesmo encontro com os jornalistas, a ministra da Saúde garantiu que não existem casos de infecção em Portugal e que o stock de medicamentos de que Portugal dispõe é suficiente para fazer frente a uma possível pandemia. Uma informação que contrasta com o apelo feito, esta quarta-feira, pela Organização Mundial de Saúde.
Já ao final da noite, em declarações à agência Lusa, a ministra declarou que aguarda orientações da UE e a reunião desta quinta-feira dos ministros da Saúde europeus para decidir eventuais medidas adicionais.
Actualizada às 23:35
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