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Maus tratos: mãe detida

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Autópsia ao corpo de Sara revelou lesões traumáticas no crâneo, tórax e na zona abdominal que foram «inequivocamente» responsáveis pela morte da menina de dois anos. Detectadas lesões mais antigas que indiciam maus tratos. Irmãos entregues a família de acolhimento

(ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO: 21:30)

A mãe da pequena Sara, a menina de dois anos que morreu na passada quarta-feira, em Monção, foi detida esta tarde e levada para o Tribunal de Monção, soube o PortugalDiário junto de fonte da Santa Casa da Misericórdia.

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A mãe da bebé será ouvida durante o dia de amanhã por um juiz de turno. Depois de ter estado no tribunal a suspeita foi levada para as instalações da Polícia Judiciária de Braga, onde irá passar a noite, apurou o PortugalDiário junto de fonte da GNR.

Ana Isabel Oliveira Costa, de 24 anos, foi ouvida pela PJ de Braga, durante quatro horas, nas instalações do infantário da Santa Casa da Misericórdia, em Monção, tendo seguido, por volta das 16 horas, para o Tribunal.

O pai da menina também foi ouvido mas não ficou detido e deverá acompanhar amanhã as cerimónias fúnebres.

Ainda de acordo com informações recolhidas pelo PortugalDiário junto de fonte do Instituto de Medicina Legal, a autópsia ao corpo da menor evidenciou «lesões traumáticas significativas no crâneo, tórax e no abdomén» e que «foram inequivocamente responsáveis pela sua morte».

O exame ao cadáver da menina, realizado no Instituto de Medicina Legal de Viana do Castelo, evidenciou ainda «várias lesões mais antigas» que sustentam a tese dos maus tratos infligidos à menor.

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Seguem-se os exames complementares de rotina e uma fase «fundamental» que consistirá na «confrontação entre as lesões observadas e as informações fornecidas pelos progenitores».

Apesar de os primeiros resultados darem credibilidade às suspeitas de maus tratos, a fonte do IML acrescenta «que primeiro é preciso confrontar os resultados médicos com os elementos recolhidos pela PJ, nomeadamente, o tipo de escadas em que a menor terá caído».

Refira-se que na versão dos progenitores, a morte de Sara ter-se-á ficado a dever a duas quedas que a menor deu nas escadas da casa, em Monção.

A menina deu entrada na quarta-feira de manhã no Centro de Saúde de Monção com uma paragem cardio-respiratória e vários hematomas na cabeça e nas pernas.

Irmãos entregues a família de acolhimento

Entretanto, o Ministério da Segurança Social decidiu retirar os três irmãos de Sara aos pais e entregá-los provisoriamente a famílias de acolhimento da zona de Viana do Castelo. Os dois mais velhos (um rapaz de cinco anos e uma menina de quatro) foram encaminhados para uma família, enquanto o mais pequeno (um menino de ano e três meses) foi entregue a outro agregado. Refira-se que esta intervenção da CPM foi autorizada pelos pais dos menores.

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A notícia foi confirmada ao PortugalDiário, pelo vogal da Santa Casa de Monção, Armando da Ponte.

«Acabo de receber a informação de que a presidente da Comissão de Protecção de Menores (CPM) de Monção dirigiu-se esta tarde ao infantário para levar os três meninos», referiu o vogal, sem esconder «uma certa mágoa» em relação ao comportamento da CPM.

«Foram buscar os meninos e nem sequer nos disseram para onde os levavam. Perguntámos se regressariam amanhã e responderam que não», referiu Armando da Ponte, acrescentando que a Santa Casa mereceria outro tratamento por parte da Comissão.

«A Santa Casa denunciou os maus tratos e sempre preservou o bom nome da Comissão, apesar de pensar que esta não agiu com a celeridade que o processo exigia. Não merecíamos ser tratados assim. Nem sequer sabemos para onde levaram os meninos», lamenta o vogal da instituição.

Ao contrário de Sara, os irmãos nunca evidenciaram sinais de maus tratos.

Ver textos relacionados: «Maus tratos: Governo pede investigação» «Quando chegava pedia logo pão» e «Morreu menina de dois anos»

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