O ministro das Finanças admitiu esta segunda-feira no Parlamento que a última visita da troika a Lisboa, para avaliar a aplicação do programa de ajustamento, levou à revisão das projecções macroeconómicas para o país. Se, por um lado, este ano a recessão será inferior ao esperado, passando de 1,9 para 1,6%, já no ano que vem, o cenário piora e, em vez de uma contracção de 2,8%, prevê-se agora uma quebra de 3%.
Vitor Gaspar, que falava na Comissão de Orçamento e Finanças, onde está a ser discutido o Orçamento do Estado para 2012 (OE2012), considerou por isso que as medidas contidas no OE2012 são fundamentais para o sucesso do programa.
«Face ao cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2012, é esperado um melhor desempenho da actividade económica em 2011 mas é projectada uma recessão mais acentuada em 2012. Esta revisão reflecte por um lado a incorporação da informação entretanto divulgada pelo INE para o PIB do terceiro trimestre de 2011 que revela uma queda inferior à esperada e por outro lado um cenário externo para 2011, que revela uma queda inferior à esperada e por outro lado um cenário externo para 2012 mais desfavorável que o previsto», disse o ministro.
Como um dos cenários é revisto em alta e o outro em baixa, no conjunto dos dois anos, as características do ajustamento acabam por ser muito semelhantes ao que se pensava em Maio/Junho: «uma recessão pronunciada em 2011 e 2012 e uma recuperação em 2013», com a respectiva «aproximação à taxa de crescimento do produto potencial». Ou seja, o impacto no programa é quase nulo.
O ministro sublinhou que os factores externos «são de risco», ao passo que «os internos dependem de nós», pelo que «é aí que temos de concentrar o nosso esforço».
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Recessão maior em 2012: ministro admite contracção de 3%
- Paula Martins
- 21 nov 2011, 16:24
Crise será este ano menos grave que o esperado, o que compensa o cenário mais negro do ano que vem
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