Ataque israelita mata três crianças e a avó no Líbano, que vai fazer queixa na ONU - TVI

Ataque israelita mata três crianças e a avó no Líbano, que vai fazer queixa na ONU

Ataque israelita contra cidade libanesa (Hussein Malla/AP)

Governo libanês emitiu um comunicado agressivo contra Israel, ameaçando escalar uma guerra na região

Relacionados

À mesma hora que o secretário de Estado norte-americano aterrava na capital do Iraque para tentar evitar uma escalada do conflito, a menos de mil quilómetros um ataque ameaçava colocar em causa o pouco equilíbrio que ainda existe no Médio Oriente.

O Hezbollah começou por dizer que as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram um ataque que matou três crianças entre os 8 e os 14 anos e a avó destas, além de ter ferido a mãe dos menores e outras pessoas.

Um ataque com drone que se inseriu no bombardeamento das localidades de Aynata e Aitaroun, na fronteira entre Israel e Líbano. Esse mesmo ataque motivou uma reação imediata do Hezbollah, que anunciou o disparo de vários rockets contra a cidade israelita de Kiryat Shmona.

Só que este ataque israelita, que as IDF dizem estar a investigar, motivou uma reação mais indesejada. É que, ao contrário do que tem sido habitual, o governo do Líbano veio tomar uma posição bastante forte relativamente a este caso.

O ministro libanês dos Negócios Estrangeiros anunciou à agência Reuters que o país vai dar entrada a uma queixa formal contra Israel na Organização das Nações Unidas (ONU).

Abdallah Bou Habib disse que o Líbano está a recolher informações sobre o caso, admitindo apresentar provas como fotografias na queixa que vai fazer. “Começámos a preparar uma queixa urgente no Conselho de Segurança das Nações Unidas em resposta ao crime de Aynata contra três crianças e a sua família inocente”, acrescentou.

Já o primeiro-ministro libanês emitiu um comunicado em tom agressivo. Najib Mikati apelida Israel de “inimigo”, lembrando que o país entende que existem terras ocupadas por Israel no Líbano.

“Foi um crime hediondo que se adiciona aos crimes de ocupação já registados”, afirmou, dizendo que este caso está “ao dispor daqueles que exigem calma aos crimes cometidos pela ocupação contra o Líbano”.

“Este crime é uma nova nódoa na consciência global que condena a ocupação que Israel está a fazer no sul do Líbano e em Gaza”, acrescentou, prometendo que este crime “não vai ficar impune”.

Recorde-se que, apesar de ser um partido reconhecido no Líbano, o Hezbollah não representa o governo libanês por si só, pelo que o facto de governantes terem vindo condenado Israel marca um novo passo no agudizar de relações com mais um país do Médio Oriente.

Para já as IDF referem apenas que estão a investigar o caso, acrescentando numa nota à agência Reuters que todas as suas ações são feitas com base nas informações recolhidas.

"Em relação ao Líbano, atacámos com base na informação e vamos continuar a atacar. Essa é a nossa missão. Quem quer que nos ameace, vamos atacá-los", disse o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari.

O exército israelita já veio dizer que as tropas atacaram um veículo "identificado como suspeito de transportar terroristas", voltando a dizer que está a avaliar os relatos que apontam vítimas civis na sequência do ataque.

Continue a ler esta notícia

Relacionados