A apoiante «apaixonada» que fez corar Passos Coelho - TVI

A apoiante «apaixonada» que fez corar Passos Coelho

A chuva parou para a arruada do PSD percorrer as ruas de Viseu. Passos distribuiu cumprimentos e beijinhos, pôs flores a Sá Carneiro e até comeu um Viriato. Mas também corou com uma fã mais entusiasmada

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17:00 Viseu: a chuva ia caindo à hora marcada pelo PSD para a arruada em terra laranja. Os apoiantes aglomeravam-se em frente à câmara municipal, munidos de bandeiras e de providenciais guarda-chuvas. Quem não os trouxe, enganado pelo sol do início da tarde, abrigou-se numa das várias barraquinhas da feira do livro ali montada. Esta terça-feira a chuva estragou a arruada da CDU e obrigou Jerónimo de Sousa a terminar a acção de campanha numa retrosaria. Passos Coelho corria o mesmo risco.

Temendo a intempérie, até porque a garganta do candidato já não anda para aventuras e a chuva podia roubar a voz que ainda resta, a campanha decide adiar a arruada por uma hora, mas os apoiantes não desmobilizam.



Durante aquela hora foi chovendo e parando, até que, São Pedro decidiu favorecer o seu homónimo e, às 18:00 a arruada lá começou. O percurso é bem conhecido da «máquina PSD». Já o fizeram diversas vezes com candidatos às várias eleições. O próprio Passos Coelho esteve em Viseu com Cavaco Silva há apenas alguns meses, durante a campanha presidencial. Pela antiga rua do Comércio, a comitiva lá foi avançado. Passos Coelho, ladeado por Fernando Ruas, presidente da câmara de Viseu, e por Luís Marques Mendes, que se juntou à campanha, ia cumprimentando quem passava ou simplesmente por ali estava, propositadamente, ou não, a vê-lo passar.



«Uma vitória. Uma vitória», pede um homem ao líder do PSD. «Faltam nove dias», respondeu Passos Coelho. Mais à frente gritam-lhe um «já está ganho!», mas, mais cautelosos, o líder laranja lá foi dizendo «ainda não, ainda não».

«Sócrates é o maior mentiroso», diz-lhe um lojista. Passos respondeu com a fórmula que usa sempre que alguém fala desta forma sobre o primeiro-ministro. Recusa entrar pela via do insulto e afirma «agora o que temos que ter é um Governo forte».

Mais uns metros, uns cumprimentos, uns beijinhos e de repente, do lado direito da rua, chega uma mulher, com 30 a 40 anos e diz-lhe. «Dê-me um beijinho. Ai Jesus! Ai que eu estou apaixonada!», vai exclamando, enquanto cumprimenta um envergonhado e corado Passos Coelho.

«Está apaixonada?», pergunta Fernando Ruas. De imediato, Passos Coelho, olhando para os jornalistas que registam o momento, apressa-se a explicar: «Pela campanha, pela campanha».

«Está a brincar, está a brincar», acrescenta Fernando Ruas.

Mais à frente, a comitiva encontra uma idosa que esperava o líder do PSD em frente à estátua de Sá Carneiro. «Esta senhora vem aqui todos os dias pôr flores ao Sá Carneiro», disse Fernando Ruas a Passos Coelho. «Todas as semanas», responde a senhora. «Gostava muito de Sá Carneiro?», pergunta-lhe Passos Coelho. «Gostava muito dele», responde.

«Foi um grande estadista. Todos nós queremos seguir o exemplo dele», adianta Passos Coelho. E foram os dois pôr flores na estátua. Nesse momento, a senhora segreda-lhe: «Espero que o senhor chegue a primeiro-ministro», diz-lhe. «Vou ser, vou ser», respondeu-lhe.

Passos sobe a rua e surge mais uma surpresa. Desta vez, saída de uma pastelaria, uma senhora oferece-lhe um bolo. Passos começa por não querer aceitar, mas Ruas insiste: «É só um bocadinho. É só um bocadinho». «É um Viriato», esclarece a senhora. Passos lá aceitou, talvez pelo simbolismo de comer um bolo com o nome do chefe dos lusitanos que resistiram à invasão romana na Península Ibérica.

«Este é um distrito que, nos melhores e nos piores momentos, foi sempre da maior relevância para as mudanças que temos conseguido fazer em Portugal», afirmou Passos Coelho aos jornalistas, lembrando a ligação do partido a Viseu.
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