O socialista António Vitorino considerou, esta segunda-feira, na RTP, que o facto de Cavaco Silva ter aceite ir à Madeira sem ser recebido numa sessão solene na Assembleia Legislativa representa uma cedência aos «caprichos» de Alberto João Jardim e um «precedente grave que nunca se verificou nem na Madeira nem nos Açores».
Já Manuel Alegre classificou a ausência deste acto oficial como uma «transigência inesperada» de Cavaco, que o socialista diz não compreender.
António Vitorino acrescentou ainda que o «Presidente da República tem sido, ao longo deste mandato, extremamente cuidadoso nas questões institucionais», daí que seja «difícil compreender que, pela primeira vez, abra uma excepção e aceite de bom grado que não haja uma sessão de contacto com o órgão do governo próprio da região».
«É de alguma forma tornear um problema político cedendo, de maneira injustificável, a um capricho de Alberto João Jardim», sublinhou o ex-comissário europeu.
Recorde-se que o chefe de Estado não foi convidado para uma secção solene na Assembleia da Madeira. Jardim justificou a decisão dizendo que era preferível que o Presidente da República não conhecesse «aquele bando de loucos», referindo-se aos deputados da oposição.
Declarações de Jardim ofendem Estado de direito
Manuel Alegre considera não fazer qualquer sentido uma deslocação de Cavaco Silva à Madeira, sem que seja recebido pela Assembleia Legislativa.
Num editorial publicado na página de Internet do socialista, e assinado pelo próprio, Manuel Alegre classifica ainda de «transigência inesperada» com afirmações do Presidente do Governo Regional que ofendem a Assembleia Legislativa, o Presidente da República e o Estado de Direito Democrático.
Entretanto, ouvido pela TSF, Manuel Alegre voltou a manifestar «surpresa» pela «transigência» de Cavaco Silva.
Vitorino critica «precedente grave» de Cavaco
- Redação
- - LM
- 15 abr 2008, 09:26
Cedeu a «caprichos de Jardim», diz. Alegre fala em «transigência inesperada»
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