«Não vim como estrangeiro», diz Cavaco - TVI

«Não vim como estrangeiro», diz Cavaco

Cavaco Silva de visita à Madeira - Foto de Manuel de Almeida para Lusa

Presidente da República considera que Portugal deve ter orgulho da região autónoma da Madeira

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O Presidente da República afirmou esta segunda-feira, no Funchal, que a autonomia da Madeira, naquilo que tem de «essencial e mais profundo», foi construída todos os dias pelos madeirenses, «conquistada palmo a palmo, com esforço e muito trabalho», escreve a Lusa.

Num discurso elogioso para a autonomia da Madeira mas em simultâneo de defesa da unidade e integridade territorial do País, Cavaco Silva, que falava no jantar que lhe foi oferecido na Assembleia Legislativa, salientou que a autonomia «não foi desenhada artificialmente» na letra da Lei Fundamental.

Para o Presidente da República, o «sucesso indiscutível» desta experiência política deve-se, antes de mais, aos portugueses da Região Autónoma da Madeira.

«Não vim como estrangeiro»

Numa breve e indirecta alusão à polémica local sobre a existência ou não de uma sessão solene na Assembleia Legislativa, afirmou ter aceite o convite do Presidente desta câmara para estar com os deputados, numa «ocasião solene, decerto, mas também uma ocasião de festa e de são convívio».

Seguidamente, comentou que a Madeira é «uma terra que os estrangeiros buscam» pelas suas belezas naturais mas que, como era evidente, não foi à Madeira como estrangeiro.

«Visito esta Região Autónoma, que sempre admirei, como Presidente da República Portuguesa, garante da unidade do Estado que jurou fazer cumprir um texto constitucional que reconhece as particularidades das regiões insulares», afirmou.

«Não é imposição geográfica»

Depois de considerar que a autonomia da Madeira «não é apenas uma imposição geográfica» mas também uma afirmação da vontade das gentes que aí nasceram e habitam, disse que a autonomia se tornou «uma realidade indiscutível que ninguém contesta, que ninguém pretende pôr em causa».

«Repito: a autonomia insular é um princípio adquirido que nenhum português questiona», acentuou.

De seguida, o Chefe de Estado salientou que o Arquipélago «se converteu num caso de sucesso económico e social» e que o seu desenvolvimento «além de orgulhar Portugal deve servir de estímulo para Portugal inteiro».

O Presidente chamou a atenção para o facto de «todos ficarem a perder» com a persistência de conflitos mais ou menos artificiais.

Noutro passo, comentou que a existência de tensões é «uma realidade natural e incontornável» na afirmação das autonomias regionais. Aliás, para o Presidente, «estranho seria se não existissem tensões». «Seria um sinal de imobilismo das populações insulares, seria um indício de que os madeirenses se tinham resignado», acrescentou.

É legítimo que exijam

«É legítimo que exijam mais e melhor da parte das autoridades da República», considerou explicando que entende que, no fundo, «querem mais e melhor para os habitantes da Região».

O Presidente «regozijou-se» com o clima «dinâmico mas sereno, uma atitude inconformista mas tranquila» e sobretudo o «desejo de cooperar com lealdade e dignidade» com todos os órgãos da República em benefício de todos, «porque todos somos portugueses».

PP
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