Segurança: PSD e PS trocam acusações

O PS e o PSD acusaram-se mutuamente pelo atraso nas leis de segurança interna e de organização da investigação criminal, num debate na Assembleia da República sobre os recentes casos de violência no país.

No período de declarações políticas, em que CDS-PP e PSD levantaram a questão da criminalidade, o vice-presidente da bancada social-democrata Luís Montenegro lembrou que há um ano que o Parlamento aguarda os diplomas do Governo sobre organização da investigação criminal e a lei de segurança interna.

O vice-presidente do grupo parlamentar Ricardo Rodrigues acusou o PSD de alinhar num «alarmismo tremendista» de direita e acusou os sociais-democratas de atrasarem os seus contributos para as duas leis.

«Ainda estamos à espera das vossas propostas», afirmou Ricardo Rodrigues, sugerindo que os sociais-democratas estariam a «empatar o processo legislativo».

Ricardo Rodrigues admitiu, aliás, que a maioria socialista no Parlamento opte por avançar sozinha com os diplomas.

O deputado Luís Montenegro explicou que o PSD esperava pronunciar-se quanto à lei de segurança interna, que definiu como «arquitectura do sistema», para depois analisar a lei orgânica da PJ e lei de organização da investigação criminal.

O Governo, insistiu Montenegro, é que «falhou todos os prazos» que tinha anunciado - Fevereiro de 2007, Junho de 2007, Setembro de 2007 e inícios de 2008.

«Já estamos em Março de 2008 e nada», disse Luís Montenegro.



Perante este debate, Luís Fazenda, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, exclamou sobre a troca de acusações entre PS e PSD: «Não se entendem em privado e vêem desentender-se em público».

Luís Montenegro rebateu as acusações de «alarmismo tremendista», afirmando estar apenas a dar expressão às «preocupações dos cidadãos».

«As pessoas estão alarmadas porque os crimes violentos aumentaram. Não estão alarmadas por o PSD falar no assunto», disse.

Na última semana, casos de violência já causaram sete mortes na área de Lisboa, sobretudo na zona de Loures.

Na segunda-feira, um segurança do Centro Comercial Colombo, em Lisboa, foi encontrado morto com três facadas no peito.