Sócrates decidiu. E agora? - TVI

Sócrates decidiu. E agora?

  • Portugal Diário
  • 10 jan 2008, 23:57
Pedro Silva Pereira, José Sócrates e Mário Lino (foto Inácio Rosa/Lusa)

Anúncio do Aeroporto em Alcochete não libertou Mário Lino de pressões e José Sócrates teve de proteger o seu ministro. Defensores da Ota querem serem compensados. Veja o estudo do LNEC Diga-nos a sua opinião

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A longa discussão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa terminou esta quinta-feira com o anúncio do primeiro-ministro, José Sócrates, de que a estrutura irá ser construída no Campo de Tiro de Alcochete, com uma nova ponte rodo-ferroviária a estender-se entre Chelas e o Barreiro. Depois de o ministro Mário Lino se ter mostrado inflexível durante vários meses, afirmando que a margem sul do Tejo estava fora de questão, bastou um dia de reflexão sobre o estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para o Governo mudar de opinião. E o leitor concorda com a nova localização do aeroporto?

José Sócrates acabou por assumir uma decisão que qualificou como «preliminar», que será sujeita a «uma consulta pública ambiental estratégica» para ter carácter definitivo. Bruxelas já pediu agilidade para que este processo seja concluído, de forma a que a obra possa enquadrar-se nos fundos estruturais da UE destinados a Portugal entre 2007-2013.

Pressão sobre Mário Lino



A justificação do primeiro-ministro para divulgar o resultado da reflexão do estudo de 355 páginas do LNEC, um dia depois de o ter recebido, baseou-se no facto de Alcochete reunir o maior número de requisitos favoráveis, relativamente à Ota, entre «sete factores críticos», definidos pelos especialistas.



«Segurança, eficácia e capacidade de tráfego; sustentabilidade dos recursos naturais, competitividade económica e social e a nível financeiro», anunciou-os assim o primeiro-ministro.

O ministro das Obras Públicas dera conta na quarta-feira de que o relatório lhe chegara às mãos nesse dia. «Já comecei a trabalhar nele», afirmou Mário Lino, na altura, logo após o debate quinzenal no Parlamento, anunciando uma «decisão a muito curto prazo».

Um dia depois - esta quinta-feira - Lino sentou-se ao lado de José Sócrates para assistir o primeiro-ministro a anunciar Alcochete como o local do novo aeroporto, a justificar o seu jamais sobre a margem sul e a defendê-lo das perguntas dos jornalistas, que o questionaram sobre uma eventual demissão do detentor da pasta das Obras Públicas.

Apesar das justificações de Sócrates, o PSD de Setúbal pediu mesmo que Mário Lino abandonasse o cargo. Já o líder nacional social-democrata, Luís Filipe Menezes, realçou que a decisão só foi tomada por pressão da oposição.

«4-3 ganha o Benfica»

Em Belém, Cavaco Silva optou por não comentar a decisão. Já os municípios do Oeste exigiram ao Governo um pacote de investimentos para a região, para os compensar dos prejuízos causados pela mudança da localização, tal como o fez um proprietário descontente .

O movimento Movimento Pró-Ota descreveu a opção como «precipitada e infeliz». E na lista dos descontentes, um professor universitário de Coimbra satirizou a forma como foi feito o desempate entre as duas possíveis localizações: «4-3 ganha o Benfica».
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