Soltou-se a vaca na campanha do PSD - TVI

Soltou-se a vaca na campanha do PSD

Passos Coelho foi a uma festa no campo, com porco no espeto, campinos, ranchos e até uma largada de vacas

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Passos Coelho já tinha dito que o partido não quer acabar com a Agricultura, nem sequer com o ministério, mas, para que dúvidas não restem, o líder do PSD dedicou esta segunda-feira, segundo dia de campanha, ao mundo rural. Começou o dia com um encontro com agricultores em Coruche e passeou pelas ruas da terra, onde mostrou aos que passavam que percebia os seus problemas e não esqueceu sequer um ditado popular agrícola: «Na minha terra diz-se que é cuspir nas unhas e seguir em frente», respondeu o líder do PSD a um idoso que se queixava do actual Governo. «E dizia-se isso porque as pessoas cuspiam nas unhas para poderem agarrar melhor a enxada».

Mas se a manhã foi passada ainda com os pés no asfalto e na calçada portuguesa, à tarde, Passos Coelho pôs mesmo os pés na terra. Na povoação de Póvoa da Isenta, distrito de Santarém, organizou-se uma festa popular para receber a caravana PSD.

O recinto da festa é um campo com algumas mesas, instalado ao lado de um campo de futebol, e de uma pequena arena feita de blocos de cimento. O chão alternava entre a terra batida e a erva seca. O cheiro do porco assado no espeto emanava no ar, os sons dos ranchos folclóricos lembravam aos mais urbanos memórias de outros tempos pelo recinto passavam campinos trajados a rigor e na pequena arena organizou-se mesmo uma picaria, ou seja, a largada de uma vaca, que ia sendo provocada pelos mais audazes. Estávamos no Ribatejo, não havia dúvidas disso.

O palco, esse não podia ser outro senão o reboque de um tractor, onde, ao lado de Moita Flores, Passos Coelho discursou e voltou a lembrar que «os portugueses não podem falhar na escolha do próximo Governo».

Mas porquê esta festa popular, em vez da típica arruda pelas ruas da cidade de Santarém? A explicação veio de Nuno Serra, presidente da concelhia do PSD de Santarém. «O concelho e a freguesia têm condições para a realização de uma festa popular como esta e queremos que este seja um primeiro passo simbólico para o início da revitalização da Agricultura em Portugal», disse. «Aquilo que vocês estão a ver não é artificial. Se vier cá no Verão há imensas festas destas e queremos também mostrar estas tradições. Isto é o que se vive cá».

E o facto de os outros partidos acusarem o PSD de querer acabar com a Agricultura também pesou na decisão? «Sim. Este é um acto simbólico e mostra que o PSD não se esqueceu da Agricultura», frisou, não deixando de lembrar que «há partidos que lançam uns sound bytes sobre o assunto, mas quando estiveram no Governo não passaram essas medidas para o papel», afirmou, num claro recado ao CDS.

As gentes da terra compareceram, com bandeiras e vestindo a camisola laranja, mas sem criar multidão. A jota compareceu em peso para compor mais o recinto da festa que, apesar de tudo se realizou em terras socialistas. «Também gostamos de mostrar que não vamos só a terras que são da nossa cor», afirmou Nuno Serra.
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