PS reage: programa do PSD é «imaturo» e «radical» - TVI

PS reage: programa do PSD é «imaturo» e «radical»

PS elege a Taxa Social Única como o principal alvo de ataque no programa do PSD

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Augusto Santos Silva acusou o PSD de ter produzido um programa eleitoral «imaturo» e com uma agenda «radical». O PS, como era expectável, capitalizou a viragem à direita do PSD e acusou os sociais-democratas de ter uma «agenda ideológica radical contra tudo o que é público». O dirigente socialista disse ainda que ficava «entristecido» com a resistência do PSD em formar um governo com os socialistas.

Um dia depois de ser conhecido o tão esperado programa do PSD, o PS convocou os jornalistas para dar a conhecer a reacção oficial. Os socialistas elegem como principal alvo de ataque do programa do PSD a redução em quatro pontos da Taxa Social Única (TSU), instigando mais uma vez os sociais-democratas a explicar de onde virá o dinheiro para colmatar o «buraco» de 1600 milhões de euros, acusando o PSD de querer aumentar os impostos.

Um alvo que não vem só. Santos Silva elege três traços que definem o programa eleitoral. O primeiro é a «queda do PSD para o aumento do IVA», afirmando que «todos conhecemos os balões de ensaio que o PSD tem lançado no sentido do aumento da taxa normal de IVA».

O segundo traço é para o PS, «o propósito do PSD em enfraquecer o Estado Social e a agenda profundamente ideológica do PSD de defesa do Estado Social reduzindo a um estado mínimo de natureza assistencialista», acusa Santos Silva, sem, no entanto, se conter em endurecer o ataque.

«Houve o cuidado de tentar camuflar, de tentar adoçar, de tentar esconder um pouco as propostas apresentadas em relação à segurança social, à escola pública, à saúde. Mas por maior que seja a camuflagem, a agenda está lá». Uma agenda, que dada a viragem à direita do PSD, seria expectável que o PS não deixasse de aproveitar, acusando os sociais-democratas de terem saído do centro com uma «agenda ideológica radical contra tudo o que é público», que, segundo o PS.

Para os socialistas o problema do programa do PS é mais profundo. À semelhança do que ocorreu com as propostas que o PSD foi apresentando, o PS voltou a classificar as propostas do PSD como tendo «alguma impreparação, alguma imaturidade.

«Propostas que são feitas sem fundamentação, como as propostas de fusão de polícias, a passagem da Protecção Civil para a Defesa» e a proposta de passagem do INEM também para a Defesa. Uma ideia que Santos Silva apelida de «insólita». São «propostas que mostram que também nesta área de funções de soberania, mesmo aí, se revela gosto pelas experiencias».

Para terceiro traço das falhas do programa do PSD, os socialistas elegem a «agenda de preconceito contra tudo o que é público, tudo o que são funções do Estado. Esta insistência numa agenda privatizadora a todo o custo de funções públicas e de enfraquecimento da funções do Estado», como é o caso da privatização de parte da Caixa Geral de Depósitos, que leva o PS a apelidar as intenções dos sociais-democratas como uma« fúria privatizadora que anima a direcção do PSD».

Sobre o voltar de costas do PSD ao PS num futuro Governo, Santos Silva repete o que Sócrates tem dito. «Noto com estranheza e tristeza que o dr. Passos Coelho se mantenha irredutível numa posição que não contribui em nada para os entendimentos que são necessários no momento que o país atravessa».

Mantém-se assim o braço-de-ferro entre os dois principais partidos, agora com os respectivos programas eleitorais em cima da mesa.
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