Artur Santos Silva: o BPI, a banca e a Cotec - TVI

Artur Santos Silva: o BPI, a banca e a Cotec

Artur Santos Silva

Artur Santos Silva fala de algumas de alterações que ocorreram no sector bancário, como a limitação às comissões das transferências e amortizações antecipadas de crédito à habitação, e revela as iniciativas que a Cotec (Associação Empresarial para a Inovação) preparou.

Relacionados
Há quem acuse os bancos portugueses de praticarem preços muito próximos uns dos outros. Um facto que o presidente do Conselho de Administração do BPI explica com duas razões. Os bancos estão a competir fortemente entre si e a chegar ao limite do que podem fazer. Em entrevista à «Agência Financeira», Artur Santos Silva deixa ainda uma boa notícia aos comerciantes: há margem para baixar as comissões.

Com tanta concorrência, o que é que justifica que um estudo recente da OCDE tenha revelado que os preços praticados pelos bancos portugueses sejam muito semelhantes, ao contrário do que se passa na Europa ou nos EUA?

O que justifica isso é que todos estão muito próximos do limite do que podem fazer. Ao passo que nos EUA há um leque muito mais aberto de condições que eles podem praticar, em Portugal todos estamos muito interessados. Isto é um movimento relativamente recente porque como devedores o sistema bancário praticamente não teve clientes até há 15 anos. O crédito ao consumo era muito baixo, o crédito à habitação praticamente era um feudo da CGD, do Crédito Predial Português e do Montepio. Os outros bancos não podiam praticar crédito à habitação e, portanto, este é um mundo novo e um mundo fundamental para os bancos. Nomeadamente crédito à habitação ou crédito ao consumo de vida média mais longa, como é o crédito automóvel que é hoje, a seguir à casa, o crédito mais pesado que qualquer família tem.

Pois bem, os bancos estão a competir duramente entre si. Isto não significa que haja qualquer entendimento entre os bancos. Estamos é todos a levar ao limite aquilo que podemos fazer, e portanto, estamos todos muito próximos uns dos outros nas condições que fazemos.

Não concorda com a análise da OCDE então.

Acho que essa é uma apreciação bastante aligeirada. Que ignora isto: é que se analisarmos as excepções que já referi, temos realmente um mercado com custos mais baixos.

Falámos dos cartões. Qual é a outra excepção?

O outro domínio onde a rentabilidade dos bancos também é razoável é na utilização de meios de pagamentos em plástico, em cartões. O canal onde a transacção é feita tem que pagar uma comissão e admito que possa vir a haver uma melhoria de margem para os retalhistas e para as estruturas de distribuição. Mas não se põe nenhuma concertação. A realidade do mercado é que tem pressionado isso (a prática de preços semelhantes). Não significa (concertação) nem podia significar. Claro que é um juízo interessado, sou presidente de um banco, mas no geral quer empresas, quer particulares, têm serviços bancários em condições muito mais favoráveis que a maioria dos países europeus com que nos comparamos.

Veja a entrevista completa em artigos relacionados e o vídeo carregando em imagem
Continue a ler esta notícia

Relacionados