«Esta é a primeira grande operação financeira nacional. Uma operação que envolve o líder do mercado, pelo que parece normal que vá para investigação aprofundada. Se essa for a decisão da AdC terá todo o nosso entendimento e compreensão», afirmou o presidente do maior banco privado do país, à margem da conferência para entrega dos prémios SPA-Millennium bcp.
Paulo Teixeira Pinto adiantou, ainda, que uma investigação aprofundada à OPA por si lançada «em nada compromete as premissas da operação tal como a planeámos».
Assim, o BCP acredita que a oferta lançada, em Março, vai estar concluída até ao final do ano, mesmo que a operação passe para investigação aprofundada.
O responsável pela instituição financeira referiu que o facto da operação passar eventualmente para investigação aprofundada não quer dizer «necessariamente» que possa envolver «remédios» impostos pela Autoridade para autorizar a operação, acrescentando que «essa é uma premissa errada».
Por ser a primeira operação com tão grande amplitude financeira a nível nacional, o presidente do banco realçou que «desde o primeiro momento em que a oferta foi lançada, que tentamos colaborar e ser exemplares na condução do processo».
Presidente do banco não comenta venda ou encerramento de agências
O presidente do maior banco privado nacional remeteu-se ao silêncio quando questionado sobre a eventual necessidade de encerrar ou vender balcões da instituição. Isto porque a aquisição do BPI traduzir-se-á também numa redução no número de balcões (900 do BCP e 600 do BPI).
Recorde-se que aquando do lançamento da oferta, o responsável tinha afirmado que «a rede ideal não precisa de 1.500 balcões num país como Portugal», sem no entanto ter identificado o número e os balcões concretamente a eliminar.
Já no que se refere a eventuais contactos com accionistas de referência do BPI, o mesmo declarou que esta «é uma matéria sobre a qual não me pronuncio».
Até sexta-feira, Abel Mateus deverá pronunciar-se sobre a OPA sobre o BPI. Entretanto, o Banco de Portugal já informou a instituição de Paulo Teixeira Pinto que não se opõe à aquisição do BPI e até elogiou as instituições financeiras portuguesas.
Até à data o Millennium BCP detém 6,42 por cento dos direitos de voto do BPI.
BCP compreende eventual investigação aprofundada à OPA
- Sandra Almeida
- 28 jun 2006, 15:05
O presidente do Millennium bcp, Paulo Teixeira Pinto, compreende a eventualidade da Autoridade da Concorrência (AdC) decidir, até ao final desta semana, levar a OPA ao BPI para investigação aprofundada.
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