Isto surge na sequência de citações que dão conta da abertura de processos de execução fiscal por dívidas antigas que alegam não existir, avança o «Diário de Noticías».
Nas citações, os sujeitos são informados de que dispõem de um prazo de 30 dias para liquidar a dívida ou deduzir oposição judicial, findo o qual o processo prossegue com a penhora de bens.
E nem as «certidões de dívida», emitidas pela própria Segurança Social, que supostamente atestam a inexistência de dívidas, impedem o avanço da execução fiscal.
Confrontado pelo «Diário de Notícias», o director do conselho consultivo do Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social confirmou a existência de «milhares de reclamações», encarando-as, no entanto, com naturalidade.
«Num processo que desde Fevereiro envolveu 170 mil notificações é natural que possa haver alguns defeitos de forma e, num universo desta dimensão, a existirem problemas serão sempre da ordem dos milhares», disse José Gaspar ao «Diário de Notícias».
Aquele dirigente lembrou que os dados apurados, e que serviram de base às notificações, resultaram da fusão das várias bases de dados dos serviços da Segurança Social.
Mas assegurou que, «no caso de as reclamações serem comprovadamente fundadas, a execução é suspensa para análise».
Segundo o «Diário de Notícias» apurou, essa informação, apesar de solicitada, não está, no entanto, a ser prestada com clareza aos citados, que, na dúvida, se vêem obrigados a deduzir oposição judicial, receando a penhora de bens.
Outro dado inesperado para os citados é o facto de, em muitos casos, as alegadas dívidas terem uma antiguidade superior a cinco anos. José Gaspar admite a situação, esclarecendo que, apesar de o novo prazo previsto na lei ser de cinco anos, as dívidas anteriores estão ao abrigo de um prazo de prescrição mais longo, que pode ser de dez anos.
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Milhares de protestos por execuções de dívidas inexistentes
- Redação
- CC
- 15 mai 2006, 09:37
![90% dos ricos desapareceram do Fisco](https://img.iol.pt/image/id/206533/1024.jpg)
Milhares de pessoas e empresas estão a entupir os serviços da Segurança Social para apresentar reclamações.
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