TAP não reconhece como válida proposta veiculada pela VARIG - TVI

TAP não reconhece como válida proposta veiculada pela VARIG

Fernando Pinto - TAP

A TAP comunicou hoje à Varig que não considera válida a proposta de recompra das empresas VEM e VarigLog por não terem sido cumpridos a maior parte dos requisitos determinados pelo contrato estabelecido em 9 de Novembro passado.

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A comunicação foi entregue hoje, último dia do prazo de sete dias para a TAP se pronunciar sobre a proposta de recompra das duas empresas.

Em 9 de Novembro a empresa Aero-LB, participada da TAP, adquiriu as empresas do Grupo Varig VEM e VarigLog por 62 milhões de dólares (51 milhões euros), tendo o respectivo contrato definido as condições de recompra caso surgisse uma proposta mais elevada.

«Foi graças a esta importância, disponibilizada em tempo recorde, que foi possível evitar o arresto de 40 aeronaves da Varig por um tribunal de Nova Iorque», refere a empresa portuguesa.

Praticamente nenhuma das condições estabelecidas no contrato foi cumprida. Não só o preço de recompra é inferior ao estipulado no contrato, como a TAP nunca recebeu a ratificação dessa proposta pelo Conselho de Administração da Varig, justifica a TAP

De igual modo, a sugestão de recompra não comprova a «disponibilidade dos recursos financeiros necessários a honrar a proposta», conforme determina ¿ entre outros aspectos ¿ o referido contrato.

A TAP aguarda o desenvolvimento das inúmeras iniciativas actualmente em curso no Brasil para definir a sua posição sobre o processo de reestruturação do Grupo Varig.

Recorde-se que a TAP ia esperar por dia 19 de Dezembro, prazo estipulado com a Varig, para anunciar se ia cobrir, ou não, as propostas que a transportadora brasileira recebeu para a compra das suas subsidiárias VEM e da VarigLog.

Ofertas que seriam superiores à que a companhia portuguesa tinha feito e que era de 62 milhões de dólares (52 milhões euros). Valor que tinha sido oficializado a 8 de Novembro, pela Aero-LB, que é constituída pela TAP, pela Geocapital, de Stanley Ho, bem como por um fundo brasileiro de investimento.

Tal como o CEO da TAP, Fernando Pinto, já tinha anunciado, dos 62 milhões de dólares (52 milhões de euros), 41 milhões (34 milhões de euros) foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES). A TAP ofereceu igualmente um empréstimo de 40 milhões de dólares (33,2 milhões de euros) à Varig, uma das condições previstas no acordo de aquisição das duas subsidiárias VarigLog (cargas) e VEM (manutenção).

Só que, agora, estão na corrida também o fundo norte-americano Matlin Patterson e o grupo brasileiro Docas, que terão apresentado propostas para as duas empresas de 117 milhões (97,11 milhões de euros) e 130 milhões de dólares (97,11 milhões euros), respectivamente.

De referir, no entanto, e que tal como já estava previsto, caso a TAP decida não fazer uma contraproposta, vai receber 12,4 milhões de dólares (10,29 milhões de euros) como prémio, ou seja, o equivalente a 20% do capital inicialmente investido na VEM e VeriLog.

Refira-se ainda que hoje, a Docas Investimentos, do empresário brasileiro Nelson Tanure, anunciou ter chegado a acordo para comprar uma posição de controlo na Varig, por 112 milhões de dólares (94,8 milhões de euros), pela compra de 25% da Fundação Ruben Berta, que controla 87% do capital da brasileira.

A Varig encontra-se num processo judicial de recuperação, o que a protege de execuções de seus credores, e que conta com o interesse da TAP, que vê, cada vez mais, dificultada a sua presença no processo.
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