Reféns podem sofrer de stress pós-traumático - TVI

Reféns podem sofrer de stress pós-traumático

Foram sujeitas a um «trauma fortíssimo». Precisam de acompanhamento psicológico imediato

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O trauma e a tensão vividos pelos reféns do assalto de quinta-feira à agência do Banco Espírito Santo de Campolide, Lisboa, poderão desencadear medos, perturbações alimentares, insónias e crises de ansiedade, disse à Lusa um especialista em psicologia criminal.

Carlos Poiares, director e Professor Catedrático do Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, explicou à agência Lusa que para reparar os danos causados nos reféns é necessário acompanhamento psicológico imediato para que as pessoas possam retomar a sua actividade normal sem sequelas. «É hora de cuidar dos vivos, reparando os danos psicológicos da angústia de oito horas de sequestro», disse.

As vítimas do sequestro de Campolide, adiantou, foram sujeitas a um «trauma fortíssimo» que poderá desencadear stress pós-traumático, uma perturbação frequente em militares que estiveram em teatros de guerra.

«Medo, incapacidade de dormir, perturbações alimentares, ansiedade e provavelmente incapacidade em estar em ambientes fechados» são alguns dos sintomas que, segundo o especialista, poderão surgir aos reféns do assalto.

«Julgo que já estão a ser acompanhados até porque o INEM dispõe de equipas de psicólogos. Não se pode perder tempo porque é um trauma fortíssimo com ressonância social uma vez que vão ver as imagens e reviver as situações», disse. Este, sublinhou, não é um trauma privado porque assumiu contornos públicos com a divulgação das imagens do assalto.

Segundo Carlos Poiares, os técnicos vão ter de prestar atenção também à história das vítimas porque o efeito deste episódio depende muito da história de cada um.
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