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Universidades preparam competitividade em rede

  • Portugal Diário
  • 12 mar 2007, 15:19

Cientistas vão ter acesso a material de imagiologia cerebral

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O presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), João Sentieiro, defendeu esta segunda-feira um «esforço de concentração de massa crítica» das universidades para que Portugal seja competitivo na área científica, informa a agência Lusa.

«Um país tão pequeno não pode dar-se ao luxo de se esgotar em disputas de natureza regionalista ou paroquial», disse João Sentieiro na Universidade de Coimbra (UC), onde assinou o contrato de financiamento da Rede de Imagiologia Funcional Cerebral, um projecto recentemente aprovado pela FCT.

Esta rede, um consórcio de universidades liderado pela UC, visa assegurar o acesso da comunidade científica nacional a equipamentos de ressonância magnética (na área da imagiologia cerebral) e de electrofisiologia de alta densidade.

«Em Portugal, temos que combater a dispersão e trabalhar mais em colaboração uns com os outros», disse o presidente da FCT, frisando que a «formação de redes» é a melhor forma de garantir que o conhecimento científico será competitivo no plano internacional.

A Rede de Imagiologia Funcional Cerebral envolve as universidades de Coimbra, Porto, Aveiro e Minho, além de entidades privadas.

Num momento em que a imagiologia cerebral está limitada ao exames radiológicos dos serviços de saúde, o trabalho da Rede de Imagiologia Funcional Cerebral permitirá, por exemplo, «acumular toda a informação alguma vez recolhida sobre a actividade cerebral», segundo uma nota divulgada pela Universidade de Coimbra aos jornalistas.

Durante a cerimónia, no final de uma visita ao Museu da Ciência da UC, inaugurado em Dezembro e que funciona no antigo Laboratório Químico, mandado construir pelo Marquês de Pombal, no século XVIII, João Sentieiro enalteceu a «natureza colectiva do processo científico».

Contou que um dia, no exercício da profissão docente, os seus alunos comentaram como o campeão de xadrês Kasparov foi derrotado nesta modalidade por um computador que um dia foi inventado por uma pessoa.

O professor João Sentieiro, contrariando os alunos, sublinhou que o jogador russo, afinal, «teve que enfrentar milhares de investigadores» cujo trabalho ao longo do tempo permitiu a construção do primeiro computador e dos seguintes.

A usar da palavra na sessão, o reitor da Universidade de Coimbra, Seabra Santos, disse que o Museu da Ciência, dirigido por Paulo Gama Mota, registou 6.000 visitas desde a sua abertura, há três meses.

A celebração do protocolo de financiamento da Rede de Imagiologia Funcional Cerebral integra o programa da 12ª Semana Internacional do Cérebro, uma iniciativa conjunta do Centro de Neurociências e Biologia Celular do Departamento de Matemática da UC, que começou esta segunda-feira e termina dia 18.
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