Mundo da cultura aplaudiu de pé Bento XVI - TVI

Mundo da cultura aplaudiu de pé Bento XVI

Papa e Manoel de Oliveira (LUSA)

Discurso recebido de forma agradável

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Artigo actualizado às 14h13

Cerca de 1500 personalidades do mundo da cultura aplaudiram de pé, no Centro Cultural de Belém, um discurso de cerca de 15 minutos proferido por Bento XVI.

No final do discurso, o Papa cumprimentou, entre outras personalidades, a ministra da Educação, Isabel Alçada, a escritora Alice Vieira, representantes de várias comunidades religiosas em Portugal, como Abdool Vakil, Ashok Hansraj, Fernando Soares Loja e José Carp.

A primeira dama, Maria Cavaco Silva, entendeu a mensagem do papa Bento XVI como um apelo fundamental à procura da verdade: «A mensagem fundamental é a procura da verdade, com grande empenho. Achei muito importante que tivessem passado por aqui vários intervenientes e [representantes] de outras confissões».

O presidente da Comissão Parlamentar contra a Corrupção, Vera Jardim, considera que o discurso do papa no CCB como «uma apelo à meditação sobre temas muito actuais». Questionado se foi um discurso virado para os homens da Igreja, Vera Jardim respondeu: Foi, mas não só. Foi na linha daquilo que tem sido a intervenção deste papa, sobretudo no que se refere ao papel da Igreja para a cultura, e chamando também os que cá não estão para o diálogo».

«Basilar e fundamental»

A ministra da Cultura salientou a importância que o Papa tem dado a esta área nas várias visitas que efectuou, confirmando que é «basilar e fundamental» para a formação de uma identidade, individual, mas também nacional.

Em declarações aos jornalistas, a ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou, por sua vez, que «a arte sempre se assumiu como a forma mais elaborada para o ser humano representar o belo». «É natural que a Igreja queira que a arte represente a espiritualidade», disse Isabel Alçada.

Pacheco Pereira, deputado do PSD, defendeu que o papa «é muito corajoso do ponto de vista intelectual em defrontar as questões de frente», referindo-se aos problemas que têm afectado a Igreja.

Viagem fica na história

O antigo ministro Freitas do Amaral considerou esta terça-feira que a viagem de Bento XVI a Portugal ficará na história pelas declarações feitas a bordo do avião, em que o papa reconheceu a crise no interior da Igreja.

«A sua [do papa] já ficará na história», afirmou o fundador do CDS e professor universitário, referindo-se às declarações de Bento XVI a propósito do escândalo de pedofilia envolvendo membros do clero católico.

Bento XVI «está a revelar-se um papa diferente daquilo que pintaram quando foi eleito», sublinhou Freitas do Amaral.

Já o jurista Adriano Moreira resumiu a mensagem do papa afirmando que este veio pedir «exemplaridade a todas as instâncias e dar direcção à segurança humana» e disse que o discurso de Bento XVI representa «o poder da palavra contra os excessos da palavra do poder».

Uma intervenção foi considerada pelo comentador político Marcelo Rebelo de Sousa «forte e interessante». Para Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve no CCB, o discurso de Bento XVI teve sobretudo a novidade de falar na necessidade do diálogo com o mundo, evocada no Concílio do Vaticano II, disse à agência Lusa.
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