Greve: «Não vai haver peixe fresco» - TVI

Greve: «Não vai haver peixe fresco»

Ministro Jaime Silva e comissário Joe Borg em Matosinhos (Foto - Filipe Caetano)

Consumidores vão sentir efeitos práticos da greve já a partir do fim-de-semana

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«Os efeitos da greve serão sentidos logo a partir do primeiro dia, por isso já neste fim-de-semana», avisa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Norte, que alertou para as dificuldades vividas pelos pescadores numa altura em que os preços dos combustíveis começam a afectar a actividade.

A paralisação arranca na sexta-feira e não só em Portugal, uma vez que Espanha, França, Itália, Bélgica e Holanda assume reivindicações idênticas. Em França, aliás, há frotas paradas há vinte dias.

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«Não vai haver peixe fresco, por isso é natural que o preço do pescado que ainda esteja no mercado, nomeadamente os congelados, dispare ainda mais», frisou António Macedo, avisando que, caso ainda exista peixe fresco, esse «virá da pesca furtiva ou ilegal».

«Concorrência desleal»

A forma de luta radical, a partir da greve, é algo pouco usual em Portugal, nomeadamente no sector da pesca, mas o sector está fragilizado e pretende que o Governo tenha uma postura diferente, no sentido de encontrar soluções para o sector.

«Todo o sector está de mãos dadas em Portugal, desde sindicatos a armadores, pois é um sector com especificidades muito próprias», refere o dirigente sindical, denunciando posturas diferentes, que acabam por surtir um efeito de «concorrência desleal» entre pescadores de diferentes países.

«Queremos do Governo português uma postura idêntica à de outros Estados-membros, ou seja, que aplique os mínimos e que dê outro tipo de ajudas para fazer face à escalada de preços que tem vindo a afundar o sector», referiu, apontando os casos de França e Espanha.

«Em vez de ajudar, o Governo escuda-se em regras, dizendo que a Comissão Europeia não lhe permite dar nada e seguir a política de combate ao défice à nossa custa, sem sequer dar os mínimos que a própria Comissão Europeia permite», vincou António Macedo.

Em França, apesar de uma paralisação que já vai no 20º dia, as autoridades já anunciaram a atribuição de ajudas no valor de «310 milhões de euros em dois anos e mais 110 em seis anos». Para além disso, «ainda serão atribuídos mais de 40 milhões de euros para ajudas sociais às famílias dos pescadores», referiu o dirigente sindical.
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