Governo questionado sobre consulado de Londres

O deputado do PSD pela Emigração, Carlos Gonçalves, questionou o Governo sobre o funcionamento do consulado de Portugal em Londres, «praticamente inacessível ao cidadão», que tem de esperar dois meses para ser atendido. A notícia foi avançada pela agência Lusa.

Num requerimento, o deputado afirmou que enquanto «os números de população portuguesa residente no Reino Unido têm vindo claramente a aumentar e os problemas de âmbito social não páram de crescer, o Governo decide diminuir o apoio que presta nos planos administrativo e social à comunidade».

«O melhor exemplo dessa diminuição de apoio é o que vem do Consulado Geral de Portugal em Londres que viu ainda recentemente o seu pessoal reduzido em dez trabalhadores, o que se está a revelar dramático para as nossas comunidades», acrescentou.

De acordo com Carlos Gonçalves, o consulado em Londres «tornou-se praticamente inacessível ao cidadão comum que dele necessita».

«As marcações para o atendimento já levam cerca de dois meses entre a data da marcação e o dia em que o utente verdadeiramente se desloca ao consulado para tratar das suas questões administrativas», segundo o também ex-secretário de Estado das Comunidades.

Neste sentido, Carlos Gonçalves perguntou ao Governo quais as razões que o levaram a «reduzir em um terço o pessoal do Consulado Geral de Portugal em Londres, no preciso momento em que o fluxo migratório de portugueses para aquele país não pára de crescer».

«Como justifica o Governo que um cidadão português tenha que esperar meses para poder solicitar um documento junto de um Posto Consular?», perguntou ainda.

O deputado quer ainda saber se o Executivo «está sensível a proceder a algumas alterações ao projecto (de reestruturação consular) apresentado a fim de dar uma atenção particular à situação dos portugueses residentes no Reino Unido».

No requerimento, o deputado refere ainda a questão do vírus da gripe das aves H5N1 descoberto numa exploração avícola no Reino Unido, onde trabalham portugueses, para dizer que o Governo «não tem uma estrutura mínima de acompanhamento social nem para esta questão nem para qualquer outra das muitas que ainda persistem, nomeadamente a exploração de trabalhadores».

«A nossa comunidade necessita urgentemente de apoio informativo, jurídico e social, à imagem do que foi feito junto das nossas comunidades de França e Alemanha nos anos setenta», afirmou.

Carlos Gonçalves pergunta, por isso, ao Governo como «pretende apoiar e acompanhar no plano social a comunidade residente no Reino Unido».