Jovens usam net para conversar em chats - TVI

Jovens usam net para conversar em chats

Internet (arquivo)

Pais acham que é para procurar informação

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A maioria dos estudantes entre os nove e os 14 anos utiliza a Internet para conversar em chats, apesar de 84,1 por cento dos pais pensarem que o fazem para procurar informação, segundo um estudo que será divulgado esta sexta-feira, antecipado pela agência Lusa.

«A comparação das respostas dadas pelos estudantes e pelos encarregados de educação é extraordinariamente interessante. Na utilização da Internet, as crianças respondem que o fazem para conversar ou descarregar músicas e os pais estão convencidos que elas a utilizam para pesquisar informação e como apoio aos trabalhos escolares», disse à Lusa o coordenador geral do «Estudo de Recepção dos Meios de Comunicação Social» José Rebelo.

Outro dos factos salientados pelo coordenador geral do estudo, é o de 11,1 por cento dos jovens inquiridos confessarem que usam a Internet para visitar sites pornográficos, facto admitido apenas por 0,7 por cento dos pais.

Quase metade das crianças inquiridas (42,5 por cento) usa a rede para publicar fotografias ou informações, questão que é apontada por 75,9 por cento dos pais quanto a preocupações ao uso da net.

Refira-se que as visitas a sites pornográficos preocupam também 70,6 por cento dos encarregados de educação que responderam ao inquérito.

«Quartos das crianças enchem-se de quinquilharia»

De acordo com um outro estudo, do Projecto Eu Kids Online, revelado em Setembro, Portugal é, a par da Polónia, o único em 21 países europeus onde os pais portugueses menos conhecem o que os seus filhos fazem on-line.

Na parte do estudo dedicada aos jovens, ficou também claro que "«o investimento das famílias em equipamento é inversamente proporcional ao seu estatuto socioprofissional».

«É nos sectores de pequena burguesia de execução que encontramos investimentos maiores e os quartos das crianças enchem-se de quinquilharia diversa. Em contrapartida, nos sectores mais privilegiados do ponto de vista social e profissional, os investimentos são menores», explicou José Rebelo.

De acordo com o especialista, isto acontece porque «em famílias de estratos sociais menos importantes alimentam um projecto de promoção social para os filhos que querem ver realizado e que pensam poder vir a sê-lo através de todos esses equipamentos, cujas funções às vezes ignoram».

Através do estudo ficou também a saber-se que 43,1 por cento das crianças aprenderam a utilizar o computador por conta própria. São elas que mais usam os novos media e que se constituem como «os elementos mais avançados e conhecedores das famílias a este respeito».

Para apurar a opinião de jovens entre os 9 e os 14 anos, que não respondem a sondagens nacionais, o questionário, dirigido às crianças e aos pais ou encarregados de educação, foi lançado em escolas da Grande Lisboa e envolveu mais de 500 crianças e encarregados de educação.

O estudo a que a Lusa teve acesso será divulgado na II conferência anual da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que decorre em Lisboa.
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